Suzana Kahn assume Coppe UFRJ e aposta na criação de Centro de Inteligência Artificial e em projetos de baixo carbono

A professora Suzana Kahn, uma das maiores especialistas em mudança climática do Brasil, vai assumir, na próxima segunda-feira, dia 24, a direção do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da UFRJ. Durante a cerimônia, que contará com a presença do prefeito Eduardo Paes, será anunciada a criação do Centro Coppe de Inteligência Artificial, que terá apoio da Prefeitura e será instalado na sede do antigo Automóvel Club, no Centro do Rio.

— O Centro poderá ser usado por várias áreas, como a saúde, para mapear epidemias, por exemplo. Empresas também podem chegar com problemas de suas áreas e ofereceremos estratégias para resolvê-los —exemplifica Suzana, que manterá ainda o cargo de líder científica do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.

Suzana assume a direção do centro de pesquisa e ensino, um dos maiores da América Latina, com o desafio de fazer com que a Coppe foque ainda mais intensamente em projetos em prol do meio ambiente e da sustentabilidade. Entre as iniciativas que podem ajudar na descarbonização da economia, ela cita a criação do Centro Virtual de Soluções Tecnológicas de Baixo Carbono, recém-inaugurado. A ideia é que ele conecte empresas do setor de energia e financiadores a laboratórios da instituição que têm descobertas que ajudam a reduzir a emissão de poluentes.

 – Faremos a interface com petroleiras, prestadores de serviço. Podemos ajudar a encontrar soluções para reduzir a emissão de carbono na logística, para tornar as plataformas mais eficientes, por exemplo. Também queremos reposicionar a Coppe no novo mundo, que passa por uma transição energética e uma profunda transformação digital — diz Suzana.

 A chegada de Kahn à direção da Coppe garantirá que a instituição mantenha o  protagonismo em diversas áreas de pesquisa e projetos de abrangência regional e nacional, além de representar um marco para o Rio de Janeiro, que se posicionará como um centro de referência para tecnologias de vanguarda.

 A diretora da Coppe também vai investir no conceito de cidades inteligentes, que conseguem ser mais sustentáveis, seja por investimentos em transportes, mobilidade ou redução de emissões. Para isso, ela vai criar um setor específico, que reunirá todosos estudos da Coppe que possam contribuir para a construção de áreas mais conectadas e verdes. A Coppe já possui iniciativas para desassoreamento e despoluição de baías e áreas degradadas, além de estudos em mobilidade, entre outros.

Além disso, Kahn planeja aumentar os investimentos em nanotecnologia, com a abertura de novos laboratórios especializados, e redesenhar a incubadora de tecnologia social, priorizando investimentos em tecnologias e tornando o Rio de Janeiro um hub para soluções inovadoras em energia e sustentabilidade.

 — Queremos transformar a Coppe e o Rio em um hub para soluções na área de energia e soluções sustentáveis. Temos projetos, por exemplo, para a criação de biocombustível para aviação, outro que usa resíduos de poda de árvores do campus da UFRJ para a geração de energia elétrica e um outro que, a partir de resíduos sólidos da construção civil, desenvolve concreto — diz a nova diretora da Coppe.