O juíz da 1ª Vara Criminal da Capital determinou a expedição de ofício, solicitando a inclusão do nome do contraventor Rogério Costa de Andrade e Silva, mais conhecido como Rogério de Andrade, na lista de procurados da Interpol difusão vermelha. Com a medida, Rogério que é sobrinho do falecido bicheiro Castor de Andrade, poderá ser capturado no exterior, caso seja encontrado fora do Brasil. O bicheiro está com a prisão preventiva decretada por suspeita de ser o mandante do assassinato do também contraventor Fernando de Miranda Iggnácio , genro de Castor, que foi morto com tiros de fuzil, no dia 10 de novembro de 2020, no estacionamento de um heliporto, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.
Na mesma decisão que pede a inclusão de Rogério de Andrade na lista de procurados da Interpol, datada de 28 de abril último, o juízo da 1ª Vara Criminal também rejeitou pedido da defesa de Rogério, que solicitava a revogação da preventiva do bicheiro e que contava com parecer favorável do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Na ocasião, o MPRJ considerou frágeis os elementos apresentados no processo que apontavam Rogério como tendo ordenado a morte de Iggnácio. Assim, no ofício que foi encaminhado à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça, para compartilhamento com o Núcleo de Cooperação de Polícia Internacional, há ainda a recomendação de que o documento seja acompanhado da confirmação da validade do mandado de prisão expedido pela 1ª Vara Criminal.
O crime, de acordo com investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DH), foi motivado pela disputa do controle de pontos de exploração do jogo do bicho, videopôquer e máquinas caça-níquel, na Zona Oeste. Por mais de dez anos, o sobrinho e o genro de Castor travavam uma guerra pelo controle dos negócios ilícitos do espólio de Castor de Andrade, ex- integrante da cúpula do jogo do bicho e ex-presidente da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel .Além de Rogério de Andrade, outras quatros pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público por conta da morte de Fernando Iggnácio. Também tiveram as prisões decretadas o cabo PM Rodrigo da Slva Neves, Ygor Rodrigo Santos da Cruz, o ex-PM Pedro Emanoel D’Onofre Silva Cordeiro, o PM de São Paulo Oto Samuel D’Onofre Andrade Silva Cordeiro e o PM reformado Márcio Araújo de Souza.
Dos cinco suspeitos de envolvimento na morte já estão atrás das grades Rodrigo da Silva Neves, preso em janeiro na Bahia e Márcio Araújo de Souza, que seria segurança de Rogério de Andrade e é investigado por suspeita de ter intermediado a contratação dos homens que executaram Fernando Iggnácio . Márcio se entregou na DH, no dia 19 de fevereiro. Os outros três suspeitos, incluindo Rogério de Andrade, encontram-se foragidos.
De acordo com as investigações, no dia do crime, enquanto um dos suspeitos aguardava no veículo, outros três desembarcaram, por volta de 9h, e entraram em um terreno baldio que dá acesso à parte lateral do heliporto. Lá aguardaram a chegada da vítima que, vinha de Angra dos Reis. Iggnácio estava com a mulher, a filha de Castor de Andrade, que ficou no helicóptero.