Somente em 2021, 312 pessoas deram entrada no Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, vítimas de queimaduras. Neste ano, de janeiro a maio, já foram registrados 113 casos, sendo líquido quente a principal causa de queimaduras mais leves e os inflamáveis o principal motivo de queimaduras graves. O número é 43% maior em relação ao mesmo período do ano passado, quando a unidade atendeu 79 pacientes.
Entre os pacientes internados no Heat está Douglas Mariano de Souza, de 27 anos, que sem gás de cozinha, resolveu improvisar um fogareiro. “Eu estava sem dinheiro para comprar o gás. Então coloquei álcool em uma lata para cozinhar um macarrão. Em um momento pensei que o fogo tinha apagado e resolvi colocar mais álcool. Mas ainda tinha uma chama e houve a explosão”, recorda.
“Corri para o banheiro e quando olhei para o espelho vi que eu estava pegando fogo. Minha sorte foi que tinha um balde com água. Consegui apagar as chamas e pedir socorro”, conta Douglas, que teve 45% do corpo queimado. Depois de 15 dias no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), o morador do bairro Santa Luzia, em São Gonçalo, recebeu alta para a enfermaria nesta segunda-feira (20).
Preocupados, médicos alertam que o número de pacientes queimados pode aumentar nos próximos meses com o retorno das festas juninas. Eles destacam que, antes de vestir a roupa xadrez e colocar o chapéu de palha, todos devem ficar atentos ao manipular bebidas e alimentos com altas temperaturas e evitar brincadeiras perto de fogueiras tanto para prevenir queimaduras por chamas quanto das vias aéreas por inalação de fumaça.
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