O governador do Rio, Cláudio Castro, disse nesta segunda-feira (10) que a secretaria estadual de Saúde (SES) não vê motivos para cancelamento do Carnaval em ambientes onde possa ocorrer controle do público. Em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, Castro também disse que a nova variante Ômicron não está tendo impacto na questão de internações.
Desde o fim do último ano, milhares de pessoas passaram a realizar testes de Covid-10 devido ao aumento no número de casos da Covid-19. Por conta disso, a secretaria de Saúde abriu nove postos voltados somente para esse atendimento. Neste domingo (9), de acordo com o Painel do monitoramento da SES, foram registrados 3.451 novos casos da doença no estado.
No entanto, apesar do crescimento na contaminação provocado pela nova variante, o governador disse que não há aumento de internações. Ainda segundo o Painel, a taxa de ocupação dos leitos de UTI é 10,4% e 8% dos de enfermaria. No domingo (9), duas pessoas morreram vítimas do novo coronavírus.
“Realmente uma infecção grande, mas uma internação mínima. Então, ela (Ômicron) é, a princípio, a mais leve de todas as variantes, ela não está tendo nenhum impacto na questão de internação. Está sim, ambulatorialmente, tendo um crescimento enorme, mas isso não está se traduzindo em internação. Ela está muito mais similar a uma gripe, do que uma pneumonia, como foram as outras cepas. A princípio, a Secretaria Estadual de Saúde, que é quem me orienta, não vê motivo para a gente cancelar o Carnaval. Então, o Carnaval está sim mantido, sob orientação do secretário Chieppe e de toda a sua equipe”, declarou o governador.
Na última sexta-feira (7), técnicos da Saúde se reuniram com o Grupo Técnico de Assessoramento a Eventos de Saúde Pública. A pauta da reunião foi o cenário epidemiológico da doença e quais serão os protocolos sanitários em eventos fechados. No encontro, foi decidido manter o desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí.
Em um comunicado, o governo do Rio reforçou que ainda existe a possibilidade do Carnaval de rua ser suspenso pela dificuldade de manter o controle sanitário. Outras reuniões continuarão sendo feitas até fevereiro.
“Não há uma posição oficial. A posição oficial do governo, hoje: o Carnaval de rua não acontecer e todos os Carnavais que a gente conseguir fazer o controle deles, e aí entra com essa questão municipal do controle, a regra é municipal. Mas, todos aqueles que seja permitido o controle, inclusive a Marquês de Sapucaí, na radiografia de hoje, vão acontecer”, continuou Castro.
Nesta segunda-feira (10), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, confirmou que os desfiles das escolas de samba estão mantidos. Já a festa de rua continua cancelada, conforme anunciado na semana passada. A decisão levou em conta a alta no número de casos da Covid-19. O anúncio foi feito na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, onde Paes recebeu a terceira dose da vacina contra o vírus.
“Se hoje nós permitimos, em ambientes restritos, que as pessoas se reúnam, celebrem, com passaporte de vacinação, temos que pensar como ficará hoje, esta semana. Esse deve ser o foco. Não quero mais ficar debatendo um evento daqui a 50 dias, quando eu tenho que tratar desta semana. A gente entende, pelas regras atuais, que eventos em que podemos ter controle, passaporte vacinal e eventualmente testagem, não têm problema nenhum de acontecer”, disse Paes.
Os desfiles estão previstos para começar no dia 25 de fevereiro. De acordo com o secretário de saúde do Rio, Daniel Soranz, a pasta irá acompanhar números de casos graves, aumento de transmissão e a vacinação com a dose de reforço para decidir sobre a realização, ou não dos desfiles das escolas de samba no Rio.
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