Nem o mais otimista dos torcedores vascaínos poderiam imaginar que o time chegaria em 21 de agosto, data em que comemorou 122 anos, líder do Campeonato Brasileiro da Série A com três vitórias em três jogos, sete gols marcados e um sofrido.
No meio da torcida dos outros grandes do Rio há quem diga que a tabela inicial favoreceu o cruzmaltino, já que foram dois jogos contra times que começaram o brasileiro prometendo brigar na parte de baixo – Sport Recife e Ceará e um contra um time grande em crise – o São Paulo. Mas nada tira a animação dos vascaínos.
O cenário é bem diferente de quando o técnico Ramon Menezes assumiu a equipe, no fim de março. Com apenas quatro vitórias em 14 jogos no ano, o time acumulava atuações ruins. Sem fazer um gol sequer em clássicos, por exemplo, estava praticamente eliminado do Carioca. Agora, o time empolga sua fanática torcida e volta à liderança do brasileirão depois de oito anos.
Em São Januário fala-se muito sobre a confiança que Ramon Menezes passou para a sua equipe, o que foi primordial para que o grupo, que não tem muitas estrelas, se encontrasse dentro de campo, unidos pelo mesmo ideal, de conquistar vitórias. Jogadores relatam a humildade do técnico em ouvir dos atletas sugestões para o melhor caminho a seguir.
Outra questão muito comentada na imprensa é o entrosamento da dupla de zaga formada pelo capitão experiente Leandro Castán e o jovem Ricardo Graça. O resultado da aposta de Ramon Menezes é esplêndido. Somente um gol sofrido e o título de defesa menos vazada do campeonato.
Mas o gigante da colina deve o bom momento a dois estrangeiros que tiveram destaque nas três vitórias do time no Brasileiro. O meio-campo Benítez está visivelmente melhor fisicamente, o que faz com que a sua qualidade inquestionável seja potencializada. Nas mãos de Ramon Menezes o argentino flutua pelo campo unindo combate – é líder no quesito roubada de bola – e criatividade.
Mas todo time vitorioso que se preze tem que ter confiança em um artilheiro. E, no Vasco, essa confiança tem nome e sobrenome – Germán Cano. O argentino que veio do Independiente de Medellín, da Colômbia, caiu como uma luva no ataque do Vasco e parece jogar com o manual de Romário, Sorato e Dinamite debaixo do braço, tamanho é seu faro de gol.
No domingo o Vasco enfrenta o Grêmio em São Januário às 16h nesse que pode ser o jogo mais difícil dos disputados até agora. O time pode se isolar na liderança ou despencar para fora do G4.