Tragédia na Serra faz dez anos; região deve receber R$ 500 milhões em obras – Povo na Rua
         

Tragédia na Serra faz dez anos; região deve receber R$ 500 milhões em obras

Tragédia Chuvas Serra

Diana Pires

Há dez anos, os moradores da Região Serrana vivenciavam uma noite de tensão, desespero e angústia. Os dias seguintes a 11 de janeiro também pareciam cenas de um filme: militares por toda parte; montanhas marcadas pelos deslizamentos; destroços, lama e poeira pelas ruas; bairros completamente devastados; imóveis que nunca se imaginaria que seriam abalados, ruíram; e o pior de todos os cenários: centenas de mortos e moradores que, até hoje, não foram encontrados.

Ontem (11), a maior tragédia climática do Brasil completou dez anos. Uma data marcada na memória de milhares de pessoas e noticiada em todo o mundo.

De acordo com os dados oficias do Governo do Estado, a catástrofe matou 918 pessoas, deixou 30 desalojados e, segundo o Ministério Público, pelo menos, 99 moradores da região ainda estão desaparecidos.

Além de devastar diversos pontos de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, a chuva também causou estragos em São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim, Sumidouro e Areal.

Uma década depois, o Governo do Estado prevê ainda o investimento de cerca de R$ 500 milhões em obras na região.

 

Reconstrução

Com milhares de casas em ruínas, inúmeros deslizamentos de terra e rios completamente assoreados, obras precisaram ser feitas.

De acordo com o Governo do Estado, só na área de Infraestrutura e Obras foram investidos mais de R$1 bilhão desde a tragédia, sendo R$ 521 milhões em unidades habitacionais e R$ 510 milhões para contenção de encostas e drenagem.

Confira o que já foi realizado, segundo o Governo do Estado:

4.219 unidades habitacionais entregues na Região Serrana: 2.337 em Nova Friburgo; 1.600 em Teresópolis; 50 em Petrópolis; 222 em Bom Jardim; e 10 em São José do Vale do Rio Preto;

Reassentamento de 2.911 famílias que moravam em áreas atingidas pela chuva;

93 obras de contenção de encostas;

24 pontes reconstruídas: Nova Friburgo (9), Bom Jardim (2), Petrópolis (6), Trajano de Moraes (1) e Sumidouro (6).

Desassoreamento, contenção e urbanização das margens dos rios Bengalas (Nova Friburgo); Príncipe, Paquequer e Imbuí (Teresópolis); Cuiabá, Piabanha, Carvão e Santo Antônio (Petrópolis);

A Igreja de Santo Antônio, na Praça do Suspiro, em Nova Friburgo, e um prédio residencial na Rua Cristina Ziede, também no centro de Nova Friburgo, dois marcos da tragédia de 2011, também são exemplos da reconstrução.

Na última sexta-feira (8), o Governo do Estado afirmou que novas intervenções e ações devem acontecer em Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Areal. A previsão é que sejam investidos cerca de R$ 500 milhões nas cidades. Confira:

Realização de dez contenções;

Desassoreamento e proteção dos taludes dos rios Santo Antônio, Cuiabá e Carvão, em Petrópolis, e rios Córrego Dantas e o Rio Bengalas, em Nova Friburgo;

Demolição da ponte existente e construção de uma nova sobre o Rio Imbuí, em Teresópolis, além de intervenções no Rio Príncipe;

O investimento para realização das contenções é orçado em R$ 135 milhões. Já os recursos para as intervenções nos rios são de aproximadamente R$ 283 milhões, provenientes de repasse de recursos federais, de convênios firmados entre Inea, Ministério de Desenvolvimento Regional e Caixa Econômica Federal.

De acordo com o governo estadual, no primeiro semestre de 2021, também serão entregues as obras de um conjunto habitacional com 153 unidades em Areal. “Também será solicitado ao Governo Federal recursos para novas licitações para a construção de 330 imóveis em Petrópolis, 120 em São José do Rio Preto e 128 em Sumidouro. A expectativa de investimento é de R$ 76 milhões, com recursos também da União”, afirmou o governo.

A tragédia de 2011 também provocou mudanças nas estratégias da Defesa Civil do Estado para prevenção a desastres naturais.