O Brasil está bem perto de conquistar mais um título do Campeonato Sul-Americano Sub-20, neste domingo (12/02), na Colômbia. Para isso, precisa derrotar o Uruguai, que joga pelo empate. A vaga no Mundial da categoria, que será disputado entre maio e junho, na Indonésia, já tinha sido assegurada. Quem tem muita história para contar, campeão das duas competições em 1983, é Jorginho, lateral-direito que, em ambas ocasiões, jogou adaptado na esquerda, num elenco à época comandado pelo técnico Jair Pereira.
O Sul-Americano Sub-20 é disputado desde 1954 e está na sua 30ª edição. Em 1983, quando aquela geração de Jorginho garantiu o título, o Brasil só tinha sido campeão uma única vez, em 1974, enquanto o Uruguai já tinha levantado sete canecos. Hoje, porém, já são 11 conquistas brasileiras e oito uruguaias, com a Argentina aparecendo em terceiro, com cinco. Mas há quatro edições que o lugar mais alto do pódio não é verde e amarelo. O último título, em 2011, contou com Danilo, Alecsandro, Casemiro, Oscar, Lucas Moura, Neymar & Cia.
“Posso dizer que foi um dos títulos mais importantes da minha carreira, porque eu ainda era jogador do América quando fui convocado. E aquele Sul-Americano elevou meu nível, e numa competição internacional. Lembro que a decisão contra a Argentina foi um jogo muito difícil, saiu briga, mas conseguimos uma vitória e garantimos o título. Então, aquele foi um start maravilhoso para mim e para vários daquele grupo, que tinha jogadores como Dunga e Bebeto. E 11 anos depois nós conquistaríamos o Tetra com a seleção principal”, recorda Jorginho.
Aquele grupo ainda ganharia o inédito título mundial sub-20 no mesmo ano, no México, com o time da final contra a mesma Argentina formado por Hugo (Flamengo), Heitor (Ponte Preta), Bôni (São Paulo), Guto (XV de Jaú) e Jorginho (América); Dunga (Internacional), Geovani (Vasco) e Gilmar Popoca (Flamengo); Mauricinho (Comercial), Marinho (Portuguesa) e Paulinho (Fluminense). Diante de 110 mil pessoas no Estádio Azteca, o Brasil foi campeão com uma vitória de 1 a 0, gol de Geovani, Bola de Ouro e artilheiro da competição, com 6 gols.
“A qualidade era tanta que o Bebeto nem era titular absoluto. O grande nome era o Geovani, eleito o melhor jogador daquele Mundial. Foi um título que me projetou no futebol brasileiro. As duas conquistas nos deram uma visibilidade absurda, a ponto de eu ser vendido para o Flamengo já em 84 e, sucessivamente, segui para Bayer Leverkusen, Bayern de Munique e por aí vai. O Mundial também foi extremamente complicado, jogos muito difíceis, contra seleções bastante qualificadas, e pegando a Argentina na final. Mas nosso grupo era, realmente, muito bom”.
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