O Rio Gandu atrai banhistas de diferentes regiões em seu entorno que procuram as águas para se refrescar das altas temperaturas. A questão, no entanto, é que alguns pontos de mergulho, apesar de parecerem tranquilos, com água mansa e rasa, oferecem perigo e alto risco de afogamento. Isso sem contar com as fortes correntezas que fazem com que a sobrevivência no Rio seja tarefa ainda mais difícil.
Ontem, reportagem da TV Globo deu voz a um guia que trabalha no local há 20 anos, e chama atenção para o risco de morte que as águas apresentam. No último mês, três pessoas morreram afogadas no Rio Gandu. “Isso aqui era um areal no passado. Por isso tem muito buraco, muita correnteza também, devido à área de captação da Cedae”, explicou Edson Monteiro, que trabalha como guia no local.
Em alguns pontos é possível ver crianças brincando perto de áreas de corrnteza. O local conhecido como Prainha, na Baixada Fluminense, se tornou um ponto de encontro de banhistas. “Na Prainha temos um buraco com três metros de profundidade. Para uma mãe que não conhece o local, um minuto é o tempo de a criança afundar e a correnteza a arrastar. E vai descer o rio”, explicou o guia.
Foi o que aconteceu com Guilherme Mendes de Souza, de 10 anos. Ele saiu escondido de casa para brincar no Rio, entrando exatamente pela localidade conhecida como Prainha, em Nova Iguaçu. Ele foi levado pela correnteza e o corpo foi encontrado a 15 quilômetros de distância.
Além de Guilherme, o bombeiro Sebastião Nunes, de 57 anos, que escorregou durante um passeio com amigos na beira do Rio, caindo em um ponto de forte correnteza e o jovem Mateus Teixeira Lopes dos Santos, de 19 anos, que mergulhou no Rio em outro ponto de Nova Iguaçu e se afogou. O primo que estava com ele ainda tentou salvá-lo sem sucesso. O primo disse que Mateus relatou estar cansado e não conseguir mais nadar.
Vale lembrar que a associação Mulheres da Lagoinha se reuniu no mês passado para colocar placas alertando a população sobre o perigo de alguns pontos do Rio Gandu, trabalho que deveria ser feito pelo poder público.