O delegado Henrique Damasceno, titular da 16.ª DP (Barra da Tijuca), deverá finalizar amanhã o inquérito que apura a morte de Henry Borel Medeiros, de 4 anos. No documento, serão indiciados a mãe, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, e o padrasto do menino, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por emprego de tortura e sem possibilidade de defesa da vítima. A conversão da prisão temporária do casal em preventiva também será encaminhada ao promotor Marcos Kac, do Ministério Público do Rio, que deverá oferecer a denúncia a juíza Elizabeth Louro Machado, titular do II Tribunal do Júri, nos próximos dias.
A conclusão da investigação acontece em meio a separação das defesas de Monique e Jairinho. Ao serem intimados, em 12 de março, a depor como testemunhas do caso, eles haviam nomeado o advogado André França Barreto para representá-los. Já na delegacia, no início da tarde do dia 18, Monique, no entanto, já demonstrara interesse em manter estratégias independentes. Em mensagens recuperadas no celular da professora pela Polícia Civil, que constam no inquérito e foram obtidas com exclusividade por O GLOBO, ela escreve ao namorado: “Vou procurar outro advogado. Sabe por quê? Porque ele é seu advogado e não o meu. Se for para defender alguém, será você, não a mim.”
O desabafo de Monique se deu depois de ela enviar a Jairinho críticas que vinha recebendo em suas páginas das redes sociais. Um recado de um internauta dizia: “Nem homem, nem mulher traz letreiro na testa, gente. Por isso, antes de se unirem a alguém, primeiro deixe claro que seus filhos são prioridades e, mesmo assim, nunca os deixem sozinhos com as pessoas que vocês estão se relacionando, eu nunca confiei em ninguém. Infelizmente, às vezes é necessário abrir mão de nossa felicidade para a felicidade dos pequenos. Eles não pediram para vir ao mundo.”