Diana Pires
A Justiça converteu a prisão em flagrante do policial militar Janitom Celso Rosa Amorim, de 39 anos, preso nessa sexta-feira, dia 27, após ter matado a namorada, para preventiva. A decisão foi do juiz Marcelo Borges, na Central de Custódia de Volta Redonda, para onde o PM foi levado no último domingo, dia 29.
A cirurgiã-dentista Mayara Pereira de Oliveira, de 31 anos, foi mantida refém e depois baleada pelo namorado no estacionamento de uma universidade em Valença, no Sul Fluminense. O juiz afirma que o crime, visto por inúmeras pessoas, “demonstra a sua imensa periculosidade”, conforme escreveu em sua decisão deste domingo:
“O flagranteado foi preso logo após cometer um crime de homicídio a queima roupa na frente de inúmeras pessoas, inclusive policiais militares. Tal fato demonstra o seu total desapego às regras vigentes, tanto regras legais quanto morais, o que demonstra a sua imensa periculosidade e que, portanto, a sua liberdade importará em grave risco para a ordem pública. Ademais, com comportamento tão violento, a simples liberdade do acusado provocará sérios temores às testemunhas eventualmente arroladas, o que denota que sua liberdade importa em grave risco para a instrução processual”, disse o magistrado.
Em entrevista, a advogada Daniela Grégio, uma das responsáveis pela defesa do PM, afirmou que seu cliente atirou na vítima após um desentendimento sobre uma traição. Janitom manteve Mayara no veículo até que ela respondesse seus questionamentos, mas “perdeu a cabeça”.
Histórico de agressões
O cabo da Polícia Militar Janitom Celso Rosa Amorim, de 39 anos, tem um histórico de agressões denunciadas à polícia. O PM, que está na corporação desde 2006, era lotado no batalhão de Resende, no Sul Fluminense.
Há dez anos, o irmão de uma namorada do policial foi até a 90ª DP (Barra Mansa) para denunciar que a mulher havia sido agredida fisicamente pelo militar. O homem disse que a irmã não tinha ido até a delegacia porque estava muito nervosa. A polícia instaurou uma Verifação Preliminar de Informação (VPI), que acabou suspensa.
Em 2013, Janitom voltou a ser denunciado, dessa vez por lesão corporal e ameaça. A vítima também esteve na 90ª DP para relatar que foi abordado pelo policial, que era lotado no 28º BPM (Volta Redonda), mas estava sem farda. O homem afirma que foi revistado e, em seguida, agredido pelo PM com socos. O policial ainda teria colocado o revólver na barriga da vítima. No dia seguinte ele teria sofrido novas ameaças. No mesmo ano, outra vítima procurou a 90ª DP para fazer um registro de ocorrência contra o PM.