Diana Pires
A família de uma adolescente de 17 anos, que foi brutalmente assassinada na manhã da última quinta-feira, acusa a namorada da mãe da jovem de ter cometido o crime. O caso aconteceu em Inhoaíba, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. Segundo a comerciante Andrielle Silva, prima da vítima, Kamilly Alves foi morta dentro de casa e encontrada com sinais de estrangulamento. De acordo com os parentes, a namorada da mãe teria cometido o crime por não aceitar o processo de separação que o casal vinha enfrentando.
“Nós estamos completamente desestabilizados com tudo isso. E cada vez que a gente lê ou vê algo, sofremos ainda mais. Mas precisamos encontrar essa assassina. O que Kamilly nos contava é que a mãe dela e a namorada estavam brigando muito e que elas já estavam num processo de separação. Mas a mulher não aceitava”, conta Andrielle. Na quinta-feira, pela manhã, a mãe de Kamilly saiu para trabalhar, e a namorada foi junto até o ponto de ônibus. Ela teria pedido dinheiro para poder procurar emprego. Mas, minutos depois, voltou para casa e cometeu o crime.
Andrielle conta ainda que a prima foi encontrada pela polícia dentro do terreno onde morava, amarrada, com sinais de estrangulamento e com marcas do que, segundo ela, seria uma pancada na cabeça: “É muito doloroso falar sobre isso. Eu não vi o corpo, mas sabemos dos detalhes porque a própria assassina, depois do crime, foi até a casa da irmã e confessou o que tinha feito. Ela teria falado assim: “Matei a Kamilly, e o corpo tá lá dentro da casa num saco preto”. Ela estava com uma mochila e sumiu.
A estudante, que estava perto de concluir o Ensino Médio, ajudava a prima Andrielle na padaria que ela acabou de abrir. Mas, no dia do crime, não apareceu. “Ela sempre chegava na padaria por volta das 13h30. Mas, nesse dia, ela não apareceu nem atendeu as ligações. Começamos a ficar preocupados. Quando chegamos à casa dela, já tinha uma viatura da Polícia Militar, e a irmã da namorada da mãe da Kamilly também estava lá. Ela nos contou o que aconteceu”, afirma Andrielle.
A família da vítima conta que a relação de cerca de cinco anos entre a mãe de Kamilly e a suspeita já estava no fim e que as duas brigavam muito. Para tentar um término mais tranquilo, a mãe de Kamilly conseguiu uma outra casa para morar com a filha, mas ainda aguardava a entrega das chaves. Kamilly foi enterrada no sábado, no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, também na Zona Oeste do Rio.
“A mãe da Kamilly está destruída emocionalmente e nem estamos dando informações sobre onde ela está ficando, justamente para proteger a integridade dela. O que a gente pode falar é que na própria quinta-feira tanto ela quanto a irmã da assassina prestaram depoimentos à Polícia Civil”, acrescenta Andrielle.
O caso está sendo apurado pala Delegacia de Homicídios da Capital. Em nota, a Polícia Civil afirmou, ontem, que “as investigações estão em andamento e diligências estão sendo realizadas para esclarecer o caso”, mas não informou qual é a linha de investigação e se a namorada da mãe é suspeita do crime.