O filme de um minuto e meio produzido pela ONG Nóiz, pode nos levar para uma longa e profunda reflexão sobre as desigualdades sociais enfrentadas pelos moradores das comunidades cariocas, especialmente, aqueles que vivem em uma área conflagrada como a Cidade de Deus. Todas as semanas a vida de crianças e adolescentes são impactadas com a suspensão de aulas, toque de recolher e a impossibilidade de seguir uma rotina normal. Barricadas do tráfico, blindados e helicópteros da polícia militar assombram os trabalhadores que precisam ir e vir todos os dias para ganhar o sustento de suas famílias. São inúmeros sonhos que viraram estatísticas ao longo dos anos e, alguma solução do Estado, ainda parece muito longe de chegar.
Intitulado de ‘Estatística’, o filme da ONG Nóiz, chega aos canais digitais mostrando uma profunda reflexão sobre as desigualdades sociais e a necessidade de criar mais oportunidades para todos. O projeto social que nasceu na Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro, por meio dessa produção audiovisual, quer propor uma reflexão sobre a realidade enfrentada por essas pessoas. O vídeo traz histórias reais vivenciadas pelos moradores da comunidade e nele destaca a importância da inclusão.
Uma das histórias contadas é do menino Ruan, de 15 anos, que compartilha sua trajetória de superação, ele saiu do semáforo para os ringues. “Saí dos sinais de trânsito, onde precisava vender balas para complementar a renda da família, e hoje ganho uma ajuda de custo da ONG para treinar e estudar, esse é meu compromisso”, relata . Recentemente, ele se tornou atleta da seleção carioca de boxe.
Outra história relatada é de Ana Carla, de 48 anos. Hoje ela é estudante de Pedagogia na UERJ, graças ao curso de pré-vestibular social oferecido pela Nóiz todos os sábados em sua sede. “Fico muito feliz em participar deste projeto, trabalho na ONG como voluntária porque entendo que preciso agradecer de alguma forma”, ressalta Ana.
“Infelizmente a sociedade trata as comunidades de forma apartada, e enquanto isso acontecer, nunca seremos iguais. O filme mostra um pouco disso, fala de desigualdade, oportunidade, e ao mesmo tempo é forte no argumento de empoderamento, inclusão e pertencimento” explica André Melo, presidente da ONG Nóiz.
Vídeo: Se entender de estatística já é difícil, imagina lutar contra ela. – YouTube