Diana Pires
Uma operação da Delegacia do Consumidor (Decon), ocorrida na última quinta-feira, resultou na interdição de duas clínicas de estética clandestinas localizadas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Os donos dos estabelecimentos foram presos em flagrante e responderão por exercício irregular da medicina e crime contra a economia popular.
De acordo com a Polícia Civil, nas duas clínicas foram constatadas diversas irregularidades, entre elas medicamentos vencidos e sem rótulos, falta de documentação técnica necessária e material sem descarte. No dia 2 de setembro, policiais da Decon já haviam fechado outra clínica, localizada em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. A dona do comércio e um médico que, mesmo com o registro cassado há cinco anos, fazia lipoaspirações clandestinas no local foram presos. Adriana Barbosa de Souza e Antonio Santo Marchesan — que tem 35 anotações criminais, entre elas dois homicídios — foram presos em flagrante.
A Polícia Civil faz um alerta para quem quer fazer procedimentos estéticos: clínicas clandestinas cobram preços mais baixos para realizá-los. Isso é o primeiro indício de que elas são irregulares. E procedimentos realizados nesses espaços podem acabar resultando em morte. Como foi o caso da funkeira Fernanda Rodrigues, a MC Atrevida, de 43 anos. Ela fez fez um procedimento estético na clínica “Rainha das Plásticas”, de Wania Tavares, em julho deste ano, e acabou morrendo dias depois. O espaço, na Tijuca, Zona Norte do Rio, foi interditado pela polícia.
Em fevereiro deste ano, duas mulheres foram presas por suspeita de envolvimento na morte da modelo Mayara Silva dos Santos, de 24 anos, em julho de 2018, após a realização de um procedimento estético. Ela morreu após passar por tratamentos estéticos nos glúteos, realizados em um apartamento no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste. As presas respondem pelos crimes de associação criminosa, homicídio qualificado e exercício ilegal da medicina.
Um dos casos que ficou mais conhecido foi o de Denis César Barros Furtado, o Doutor Bumbum, que operou a bancária Lilian Calixto, de 46 anos, em uma cobertura, na Barra da Tijuca, também na Zona Oeste. Ela morreu na madrugada em julho de 2018 por causa de uma embolia pulmonar, um dia após Denis ter injetado em seus glúteos a substância PMMA, derivada do acrílico. Ele chegou a ser preso, mas acabou sendo solto por decisão judicial.