Motoboy é morto por traficantes enquanto fazia entrega em Quintino – Povo na Rua
         

Motoboy é morto por traficantes enquanto fazia entrega em Quintino

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Diana Pires

Mais um caso de assassinato durante o trabalho expõe a brutal violência do Rio de Janeiro. O motoboy Fabiano Mendonça foi morto no último domingo (1º), em Quintino, Zona Norte do Rio, enquanto fazia entregas no horário de almoço. Segundo testemunhas, traficantes que comandam a região interceptaram Fabiano e o mataram, em plena luz do dia. O corpo foi deixado no bairro vizinho, em Piedade.

O caso aconteceu na véspera do feriado, por volta de meio-dia. Fabiano subiu a Rua Lemos Brito, que dá acesso ao Complexo do 18, para fazer a entrega de um almoço para um cliente. Quando voltava para a loja, foi interceptado, segundo moradores, por traficantes que vasculharam o seu celular. O corpo foi encontrado no bairro de Piedade, a pouco mais de 1,5km do local.

Fabiano trabalhava há dois meses em um comércio de comida localizado em Quintino. “Os outros clientes começaram a reclamar do horário. Desconfiei, porque ele sempre foi excelente profissional. Liguei para o cliente que falou que recebeu o produto. Comecei a tomar falta.

Meia hora depois, a esposa ligou informando que haviam jogado o corpo dele em uma rua em Piedade, próximo de onde morava”, contou o patrão do motoboy, que prefere não se identificar. “Ele sempre ia lá, nunca teve objeção de entrar em lugar nenhuma. Acredito que ele nunca tenha tido envolvimento”. Amigos e familiares prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

Nas redes sociais, motoboys denunciam o perigo de realizar entregas em áreas dominadas por milicianos e traficantes. No último sábado (31), moradores do Complexo da Penha viveram minutos de terror durante um confronto entre traficantes. Segundo testemunhas, homens do Terceiro Comando Puro (TCP) da Cidade Alta entraram na comunidade pilotando três motocicletas disfarçadas de entrega e realizaram disparos contra traficantes do Comando Vermelho da Penha. Alan Ferreira Montenegro, conhecido como Da Lua, de 39 anos, morreu no confronto. Ele era gerente do tráfico nos morros da Fé e Sereno, na Penha.

“Aviso aos motoboys entregadores e se possível ajude a repassar nos grupos: bandidos de facção rival atacaram a comunidade do Complexo da Penha disfarçados de motoboys entregadores de lanche. Sendo assim, os bandidos estão obrigando a retirar o capacete. Do contrário, pode ser esculachado e em alguns casos até revistado. Estão olhando celulares para ver se encontram algo suspeito”, diz a mensagem que circula em grupos de motoboys.
Outra mensagem é específica para donos de motocicletas do Complexo da Penha. “Papo foi dado: mototaxistas e moradores que tem motos, ao subir ou entrar na comunidade tirem o capacete. Carros, farol baixo e luz do salão ligada. Humildemente”.