Dentre as 479 páginas do relatório final da Polícia Federal, dois capítulos são dedicados ao assassinato do ex-policial militar e ex-presidente da GRES. Portela, Marcos Falcon assassinado em 2016 quando era candidato a vereador na Capital. Falcon foi morto na rua Maria José, no seu comitê de campanha e local onde sempre foi seu campo de futebol e escritório.
Segundo o depoimento de Orlando de Oliveira Araújo (Orlando Curicica) os delegados Rivaldo Barbosa e Geniton Araújo receberam 300 mil reais para não prosseguir as investigações dos assassinatos de Marcos Falcon, Scafura e Pereira, todos ligados à contravenção.
A afirmação do miliciano que havia sido apontado como um dos mandantes do crime da Vereadora Marielle Franco é corroborada por mais dois depoimentos, que apontam interferência de Giniton e Rivaldo Barbosa nas investigações do caso do assassinato do ex-presidente da Portela, Marcos Falcon.
Na página de nº 301 do relatório da Polícia Federal consta o depoimento da filha de Marcos Falcon, Marcelle Souza que em determinada situação esteve na Delegacia de Homicídios da Capital para depor, e saber como andava a investigação da morte do pai, mas que foi informada pelo Delegado Dr. Brenno Carnevale que o inquérito teria sumido do local que estava, e acrescenta no depoimento abaixo que sempre foi desencorajada por amigos policiais de seu pai a procurar a DHC, estes diziam que a Delegacia de Homicídios estaria comprada.
Em depoimento, o próprio Delegado Dr. Brenno Carnevale citado por Marcelle, relatou que há época ele era responsável na Delegacia de Homicídio da Capital pelas investigações que envolviam policiais, tanto como vítimas ou supostos autores, mas que em determinado momento o então chefe da Divisão Geral de Homicídios, o Delegado Rivaldo Barbosa passou a perguntar com frequência se havia novidades no caso do homicídio de Marcos Falcon, e que após realizar um despacho em outro inquérito, que envolvia o assassinato de Scafura o inquérito sumiu e depois ele foi afastado do caso.
Finaliza o delegado Dr. Brenno Carnevale, em depoimento que enquanto esteve lotado na Delegacia de Homicídio da Capital não viu nenhum caso que pudesse envolver a contravenção concluído.
A partir destes depoimentos, a Polícia Federal concluiu no relatório que o então Chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa e o na época titular da Delegacia de Homicídio da Capital, Geniton Araújo, não agiram somente para obstruir a investigação do caso do assassinato de Marielle Franco, mas na verdade agiam como uma organização criminosa, interferindo em investigações em troca de propina