Diana Pires
Moradores da Nova Holanda e do Parque União, no conjunto de favelas do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, denunciaram supostos abusos de policiais civis durante uma operação realizada ontem (27). Através da página Maré Vive, no Facebook, uma moradora disse que a casa da sua mãe foi invadida e a aposentada chegou a ser empurrada por um dos policiais. A mulher ainda acusa os agentes de comerem frutas e pegarem dinheiro da mãe.
Desde às 5h a Polícia Civil ocupava as comunidades Parque União e Nova Holanda. Investigações de cinco delegacias apontam que as duas áreas são usadas como refúgio de mais de 100 criminosos que estão foragidos da justiça. Mais de 300 agentes foram empregados na operação desta terça-feira. Cinco veículos blindados auxiliam a entrada dos policiais em pontos estratégicos. Até o fechamento desta edição a polícia confirmou seis prisões de traficantes. Um deles estava armado com dois fuzis.
Entre os alvos da operação de hoje, estão os suspeitos de participarem do ataque criminoso que terminou com a morte do menino Leônidas Augusto da Silva de Oliveira, de 12 anos, morto no início desse mês, por uma bala perdida, na Avenida Brasil. A polícia também tenta localizar os traficantes Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, e Rodrigo da Silva Caetano, conhecido pelo apelido de Motoboy, chefes do Parque União e Nova Holanda.
Investigações apontam a participação dos criminosos da Maré no assalto ao depósito do Grupo Pão de Açúcar que terminou com a morte de dois vigilantes, em junho deste ano, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Além do tráfico de drogas, a Polícia Civil diz que o roubo de cargas tem sido um dos braços nas finanças do Complexo da Maré. Segundo investigações, o traficante Rodrigo da Silva Caetano fica com 50% do valor arrecadado em grandes assaltos. O Disque Denúncia oferece recompensa de R$ 1 mil por informações que levem à prisão dele e do traficante Alvarenga.