A canção tem produção musical de Monique Kessous e Rodrigo Campello, e traz em sua sonoridade a fusão e influência de diversos sotaques da música popular brasileira em um resultado que ecoa frescor enquanto reverência à essência da tradição. Tudo isso se encaixa em um escopo de estrutura de canção pop, caminho que Kessous transita com facilidade e maestria em melodias e letras que rapidamente se conectam com o ouvinte.
A gravação contou com os violões de Denny Kessous e Monique, acrescentados pela bateria de Cesinha, o baixo de Alberto Continentino, a percussão de Marcelo Costa, e guitarra, cavaquinho, synths e efeitos de Rodrigo Campello; todos gravados no MiniStereo Estúdio, no Rio de Janeiro.
“Caminho de quem passa” tem um enredo que retrata a realidade de grande parte do povo brasileiro…um povo trabalhador, que muitas vezes trabalha muito longe de onde mora, e convive com uma situação de disparidade cultural e social, em que o menos favorecido financeiramente leva uma vida mais sofrida, enquanto muitas pessoas mais favorecidas neste aspecto, vivem ou em uma alienação ou optam por manter a injustiça do sistema, que invisibiliza o sentimento das pessoas que erguem todo santo dia a estrutura e a base da sociedade.
A canção mostra a humanidade destes personagens da vida real, tendo como fio condutor o próprio caminho, que se faz a cada passo concreto, e a cada passo interno, guiados pelos sonhos, pela esperança e desejo de um amanhã sempre melhor.
A música reforça o direcionamento do pensar da autora, que enaltece o que anda em falta no mundo de hoje, e a arte pode oferecer: verdade, esperança, sonho, beleza, alegria, vontade de viver. Esse amanhã que movimenta a fé de que sempre pode ser mais bonito e será. O carnaval de amanhã, o amor de amanhã, o próximo sorriso : são todos combustíveis destes passos que caminham sem saber aonde vão, mas sonham antes mesmo de querer entender.
Pela avenida, a vida caminha mais, e Kessous volta à cena da MPB desfilando com uma canção forte, brasileira, pop, e que chama a atenção, por sutilmente criticar o sistema da sociedade, e expor ainda assim, o que mais acredita: a beleza das melodias e das canções e o olhar sensível para a humanidade em suas sutilezas mais profundas.