Diana Pires
Conheça a história de um dos vários pesquisadores que migraram seus estudos para tentar entender melhor o coronavírus, o mestre em microbiologia Rômulo Neres, que ganhou uma bolsa para estudar o vírus por uma organização dos Estados Unidos. A trajetória de Rômulo na ciência foi possível graças aos esforços e do incentivo de seu pai, Robson Castro Neres, que trabalha há 22 anos como bilheteiro do sistema de trens do estado do Rio.
Robson ganha R$ 1106 de salário – pouco mais de um salário mínimo – mas se revela um investidor quando o assunto é o incentivo à educação da família. “Acho que o investimento é a melhor coisa que tem. A própria pessoa saber que tem alguém que acredita nele, investe nela sem a cobrança que tem que fazer, tem que vencer. Eu como pai eu tenho que acreditar nos meus filhos. Se eu não acreditar nos meus filhos quem vai acreditar?”, reflete.
O filho Rômulo é resultado desse investimento. “Ele sempre discutiu muito abertamente com a gente sobre os nossos rumos, sobre a possibilidade de um impacto que a educação poderia ter nas nossas vidas”, lembra Rômulo. Rômulo está concluindo o doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro. E, no ano passado, ficou nove meses nos estados unidos a convite da Universidade de Davis, na California, pesquisando chikungunya, tema de sua tese. Em junho, Rômulo ganhou uma bolsa de estudos da Dimension Sciences, organização americana de estímulo à ciência, para estudar a genética do coronavírus e suas mutações. Mas devido à pandemia, ele está desenvolvendo a pesquisa nos laboratórios da UFRJ.