Bryan Gabriel da Silva Trancoso, de 16 anos, sonhava em seguir carreira militar e tinha planos de trabalhar para ajudar a mãe a sair da comunidade onde mora, no Complexo do Chapadão. Os sonhos do rapaz foram interrompidos na quarta-feira (16), após ser encontrado morto na comunidade César Maia, Zona Oeste do Rio.
Segundo um familiar da vítima, que preferiu não ser identificado, Bryan havia se mudado para a comunidade há três meses e ficou assustado após a entrada repentina da Polícia Militar no local. Os agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), com apoio ao 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), faziam uma operação na comunidade e trocaram tiros com homens armados. Um suspeito morreu.
Para se proteger do confronto, o familiar conta que Bryan tentou se esconder em uma região de mata. Um vídeo enviado a família mostra o momento em que o menino aparece correndo para fugir dos tiros, alguns sendo disparados em sua direção. Os pais tentaram entrar em contato com a vítima, mas ele não atendeu as ligações.
O corpo de Bryan só foi encontrado no dia seguinte, quase 24h depois do ocorrido, em uma área de difícil acesso na Estrada dos Bandeirantes. O jovem estava com um corte na barriga, marcas de tiros e as letras K e X queimadas na perna.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está investigando o caso. A família irá ao Instituto Médico Legal (IML), no Centro do Rio, para liberar o corpo nesta quinta-feira (17). Até o momento, não há informações sobre o sepultamento.
Em nota, a Polícia Militar informou que preza pela transparência de suas ações e colabora integralmente com as investigações do caso. O policiamento segue reforçado na comunidade.