Começa nesta terça-feira (23) a intervenção da Prefeitura do Rio no BRT. A primeira medida é a criação de uma linha expressa de Santa Cruz até o terminal Alvorada. Ao todo, 20 ônibus comuns circulam já nesta manhã, sem parar em nenhuma estação.
Inaugurado na gestão de Paes, o sistema BRT opera no limite, com ônibus lotados, quebrados e atrasos no serviço.
Às 6h15, era tranquila a movimentação de passageiros em Santa Cruz, sem filas. Alguns funcionários usam megafones para facilitar a organização.
Já em Madureira, o panorama era bem diferente, com várias pessoas aguardando os ônibus. O subprefeito da Zona Norte, Diego Vaz, está no local e acompanha o trabalho nesta manhã.
Segundo a prefeitura, a intervenção vai servir como uma transição até que uma nova licitação seja concluída e o serviço seja assumido por uma nova empresa.
Claudia Antunes Secin, servidora aposentada e ex-presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio), foi nomeada interventora do BRT. Ela responde a um processo por improbidade administrativa e danos ao erário.
O decreto prevê ainda a criação de um Comitê Técnico de Acompanhamento da Intervenção, formado pela Secretaria Municipal de Transportes, Procuradoria Geral do Município, Controladoria Geral do Município e Secretaria de Governo e Integridade Pública.
Entre as medidas emergenciais que já foram adotadas está a de recuperar o mais rápido possível veículos que estão fora de circulação. Uma empresa fará um diagnóstico da frota do BRT para identificar os ônibus que precisam de poucos reparos e podem voltar a circular o mais breve possível.
Atualmente, apenas 130 veículos estão em circulação – a frota estimada por contrato é de 413 articulados.
Outras ações programadas são:
- reabertura de estações fechadas
- melhorias de infraestrutura
- reforço da segurança nas estações
- fiscalização sobre invasão de veículos na calha do BRT
- combate ao calote
Segundo a prefeitura, será feita ainda uma avaliação periódica das estações para o planejamento e execução de ações conjuntas com outras secretarias.
Bilhetagem eletrônica
Além da intervenção, a Prefeitura do Rio prepara um processo de licitação para o sistema de bilhetagem eletrônica, para ter gestão e supervisão diretas sobre o sistema no transporte público da cidade – ônibus convencionais, BRT, VLT e vans. Atualmente, a responsabilidade de operação é, por lei, direito e obrigação dos operadores.
Segundo a prefeitura, o objetivo da ação é “dar transparência financeira ao setor e tornar o serviço mais eficiente e inclusivo, com gestão baseada em dados confiáveis”.