O grito de “é campeã” das arquibancadas se concretizou. A Grande Rio, de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, conquistou o título inédito de campeã do Carnaval do Rio de Janeiro. O enredo “Fala, Majeté! As Sete chaves de Exu!” desmistificou o senso comum sobre Exu, um dos orixás mais louvados das religiões de matriz africana.
A agremiação já quase conquistou o posto em 2020, 2010, 2007 e 2006, ficando em segundo lugar. A disputa foi com a Beija-Flor, de Nilópolis, por décimos.
Na comissão de frente, o ator Demerson Dalvaro, que interpretou o orixá na Sapucaí, hipnotizou o público ao subir em um globo terrestre. Na apuração, a escola garantiu a nota 10 de todos os jurados.
A escola também manteve a nota máxima em nos demais quesitos, fantasia, harmonia, bateria, samba-enredo, alegoria e adereços, enredo e mestre sala e porta-bandeira.
O desfile seguiu enérgico e vibrante, assim como Exu. A apresentação destacou o poder de transformação, a bondade e a força do orixá. Entre os fiéis da Umbanda e Candomblé, Exu é responsável por abrir os caminhos, superar dificuldades e ajudar a alcançar os objetivos. No entanto, por ser representado com roupas pretas e usar um tridente, aqueles que não tem familiaridade, associam sua imagem a algo ruim, à maldade.
O desfile encerrou com um pedido de combate à intolerância religiosa. Um carro alegórico carregava a mensagem: “Exus, a Sapucaí é vossa!”.
São Clemente rebaixada
Apesar de muito aguardada, a São Clemente obteve a menor pontuação e foi rebaixada para a Série Ouro. O enredo, que homenageava ao ator Paulo Gustavo, que morreu no ano passado por complicação da Covid-19, não foi bem executado. O quesito recebeu nota 9,6 de todos os jurados da categoria. A escola também foi descontada no samba-enredo. Além disso, houve vários erros nos quais houve desconto de pontos, como acabamento de carros e fantasias. Os quesitos fantasias e alegoria e adereços tiveram média de 9,7.