Diana Pires
Funcionários do Hospital Adão Pereira Nunes, o Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, denunciam a falta de material e remédios para o cuidar dos pacientes internados. Eles afirmam também que a unidade também está superlotada.
A unidade, que fica às margens da Rodovia Washington Luís e perto do Arco Metropolitano, é referência no atendimento de traumas. Os profissionais contam que a sala da ortopedia do hospital está repleta de macas amontoadas, sem espaço entre um paciente e outro. É difícil andar pelo local para examinar os doentes.
Sem espaço, os pacientes também ficam internados pelos corredores da unidade. A Prefeitura de Duque de Caxias, que é responsável pela unidade, afirma que está trabalhando para recuperar a qualidade da unidade e que, apenas em outubro, foram feitas 800 cirurgias. E que, além disso, a unidade recebe pacientes de toda a Baixada Fluminense.
Além da superlotação, técnicos e enfermeiros da unidade denunciam que o salário deste mês ainda não caiu na conta. “A gente se encontra mais uma vez sem salário, sem previsão”, reclamou num funcionário, que não quis ser identificado.
Eles também dizem que está faltando organização. Segundo os trabalhadores, o número de pacientes com Covid-19 está aumentando – e, por causa da superlotação, esses doentes não estão em isolamento. Os pacientes estão ficando misturados. Não tem estrutura. Pacientes com Covid-19 confirmado e pacientes que não têm a doença ficam juntos. Então, quem não tem Covid acaba pegando”, explicou outro funcionário.
Quem trabalha no hospital também diz que não tem material e remédio para cuidar dos pacientes. “Estamos sem estrutura nenhuma, sem suprimento e sem material, está faltando tudo. De sonda de alimentação a esparadrapo. Tem paciente sem ser alimentado por falta de sonda. Os estoques estão vazios e muitas cirurgias acabam adiadas. Muitos pacientes esperam durante um mês e não conseguem fazer as cirurgias”, contou um dos profissionais.
Em julho, a Prefeitura de Duque de Caxias assumiu a gestão do Hospital Adão Pereira Nunes. “O mais absurdo é a falta de medicamentos, de insumos, de equipamentos para a gente poder dar qualquer tipo de assistência ao paciente. Não temos equipe especial para colocar medicações em bomba infusora. A gente não tem nem as bombas infusoras. O cenário cada dia que passa é pior naquele hospital”, descreveu um funcionário.
A Prefeitura de Duque de Caxias informou que assumiu o hospital com muitos problemas e está fazendo todos os esforços para recuperar a qualidade dos serviços – um dos desafios é diminuir as filas para cirurgias.
A direção do hospital afirmou que, em outubro, foram feitas 800 cirurgias. Disse, ainda, que a unidade recebe traumas de toda a Baixada Fluminense e que por isso é normal ficar com salas cheias.
A prefeitura afirmou que não falta material e que quando isso ocorre, trata-se de um problema pontual, com reposição imediata.
Ainda de acordo com a prefeitura, o repasse do dinheiro feito pelo Governo do Estado foi feito na segunda-feira (16) e o pagamento dos funcionários seria feito na terça (17).
Ainda não obtivemos resposta se o pagamento foi efetuado.