Executivo diz em depoimento que Jairinho queria impedir que corpo de Henry fosse para o IML – Povo na Rua
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Executivo diz em depoimento que Jairinho queria impedir que corpo de Henry fosse para o IML

Em depoimento prestado ao Conselho de Ética da Câmara, o executivo Pablo Menezes contou detalhes sobre os telefonemas e mensagens que recebeu do médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), na madrugada de 8 de março. Os contatos do parlamentar, segundo o vice-presidente de operações e relacionamento da Qualicorp e conselheiro no Instituto D’Or de Gestão de Saúde, foram para tentar impedir que o corpo de seu enteado, Henry Borel Medeiros, de 4 anos, fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde o laudo de exame de necropsia acabou apontando hemorragia interna e laceração hepática provocada por ação contundente, além de equimoses, hematomas, edemas e contusões incompatíveis com um acidente doméstico. Jairinho e a namorada, Monique Medeiros, mãe do menino, estão presos.

De acordo com o depoimento, o executivo relatou ter sido contatado pelo parlamentar à partir de 4h57. “Amigo, me dá uma ligada”, “Coisa rápida” e “Preciso de um favor aqui no Barra D’Or” foram as mensagens que ele recebeu do vereador. Cerca de duas horas depois, às 6h56, outro recado: “Amigo, assim que puder me liga”. Pablo afirmou ter conhecido Jairinho, com quem trocou telefone, em um evento na Câmara dos Vereadores, em 2019. Disse ainda que passou a ser procurado por ele com pedidos de atendimento para pacientes com Covid-19. Por isso, chegou a responder: “A coisa tá pegando lá”.
Às 7h17, Jairinho ligou mais duas vezes para Pablo. Em tom calmo e sem demonstrar nenhuma emoção, o vereador contou haver acontecido “uma tragédia”, que o enteado havia morrido e “pediu que agilizasse o óbito”. Ele havia chegado ao Hospital Barra D’Or com a namorada, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, e o filho dela às 3h50. O óbito do menino só foi atestado às 5h42 pela equipe médica. O executivo ligou para o hospital e foi informado de que seria necessário o envio do corpo ao IML, já que a criança chegara à unidade em “PCR” – parada cardiorrespiratória – e a morte não tinha causa definida.

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