Ex-subsecretário da Seap que era considerado foragido já está preso – Povo na Rua
         

Ex-subsecretário da Seap que era considerado foragido já está preso

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Diana Pires

O ex-subsecretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, Rafael Rodrigues Andrade, entregou-se à Polinter, acompanhado por seus advogados, na última quarta-feira (14). Até quinta-feira (15), ele era considerado foragido pela força-tarefa do Ministério Público do Rio (MPRJ) e pela Polícia Civil.

Os investigadores afirmam que Andrade participava de um esquema que fraudava contratos de fornecimento de alimentos para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O Ministério Público do Rio informou ter sido informado da prisão de Andrade no início da tarde desta sexta (16).

Os mandados, expedidos pela 2ª Vara Criminal de Bangu, tiveram alvos no Rio, São Paulo e Espírito Santo.
A operação para prender os suspeitos ocorreu na quarta-feira (14) e teve apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo para o cumprimento de 3 mandados de prisão preventiva e 71 de busca e apreensão. Na mesma operação foi preso um empresário e um outro é considerado foragido, segundo informações do Ministério Público. Durante a operação Hiperfagia, foram apreendidos documentos, dinheiro em espécie, computadores e celulares. Na casa de um agente penitenciário foram encontrados R$ 100 mil em espécie.

De acordo com o MPRJ, os suspeitos eram responsáveis por um complexo sistema de desvio de dinheiro público entre empresários e agentes públicos da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), que administra as cadeias do estado do Rio. Ainda segundo o MP, a investigação apontou que os funcionários públicos ofereciam vantagens indevidas ao mesmo grupo econômico, como ganhos muito superiores ao custo real do fornecimento de desjejum, lanches e refeições.

Nas contratações emergenciais para a alimentação de detentos, eles eliminavam a concorrência.
De acordo com o MP, os agentes são suspeitos, entre outros crimes, de peculato, corrupção ativa e passiva, falsidade documental, cartel e organização criminosa. Segundo o MPRJ, o cartel “valeu-se de práticas como a utilização de preços inexequíveis e a formação de estruturas e redes de distribuição empresariais próprias”.

Em nota, a Seap informou que o subsecretário e servidores citados na denúncia foram exonerados dos cargos.
“A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária informa que os servidores citados na denúncia já haviam sido exonerados. A ação teve início a partir de investigação da própria Corregedoria da SEAP, que colabora para que seja feita a devida apuração dos fatos.