Pescadores que pescam no rio Guandu, em Nova Iguaçu, estão preocupados com o surgimento de uma espuma branca. O especialista Mário Moscatelli avalia que a espuma pode ser o resultado de uma mistura de esgoto doméstico com esgoto industrial.
Segundo o condutor de barcos Edson Monteiro, o efeito na vegetação é devastador.
“Se vocês perceberem essa espuma que está entrando, ela está alcançando o outro lado da gigoga. Ela queima a vegetação. Tipo se tivesse alguém tacado fogo para você ver o poder. Não sou especialista no assunto, mas dá para ver que não é só sabão. É algo a mais…” Luiz, pescador que atua há anos na região, resume o que mudou. “O que mudou é que eu não chamo mais de rio. Eu chamo de valão. É cor de vala, de esgoto”
O biólogo Mário Moscatelli, questionado durante o RJ1, avaliou a situação encontrada no Rio Guandu, e lembrou que os problemas com esgoto na região vêm ocorrendo desde janeiro. “O que tem que ficar claro é que desde janeiro a gente sabe que isso daqui é a mistura de esgoto doméstico com industrial. Mas o que vem sendo relatado pelos pescadores chama mais a atenção porque despejos adicionais podem estar ocasionando a produção desse grande volume de espuma. É fundamental que a gente modifique esse panorama, já que se passaram nove meses e continua a mesma coisa”, disse ele, citando também a Estação de Tratamento de água de Guandu. “O que temos aqui atrás é uma estação de tratamento de água e não de esgoto. É um perigo para saúde pública”, finalizou.