Retornando ao Teatro Chica Xavier, o espetáculo “A Jornada de Um Herói”, que é sucesso de público e já contabiliza mais de 2 mil espectadores, anuncia uma nova temporada. A peça é uma denuncia contra o racismo e as desigualdades, que estará em cartaz de 11 de novembro a 04 de dezembro, às sextas e sábados às 20h e domingos, às 19h. Ingressos a R$30 inteira e R$15 meia.
O espetáculo da Escola Fábrica de Atores, de Nova Iguaçu, foi sucesso como esquete e garantiu seis premiações: Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Texto Original, Melhor Cenografia, Melhor Iluminação e Melhor Esquete, no FESTU em 2010. Para o diretor Alexandre O. Gomes, as premiações conquistadas evidenciam a entrega deste trabalho e motivaram que a peça reforce ainda mais denúncias como a falta de equidade, diversidade e inclusão. Esse espetáculo conta com incentivo do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2.
“Esperamos trazer luz ao cotidiano quase invisível de pessoas das mais baixas classes sociais, muitas vezes privadas de educação e condições dignas de trabalho, exaltando as vidas e histórias dessas pessoas. Queremos colocar o dedo na ferida, mostrar o racismo estrutural e os abismos sociais ainda presentes no dia a dia e pretendemos plena comunicação com todas as classes a partir da temática que envolve o espetáculo, mostrando a importância do combate às desigualdades”, ressaltou Alexandre O. Gomes.
Sobre o espetáculo
Tudo teve início durante a pandemia de Covid-19, quando os estudantes do Laboratório de Estudo e Criação do Movimento, terceiro módulo da Escola Fábrica dos Atores & Materiais Artísticos, desenvolveram cenas curtas para serem apresentadas no mês de junho – de forma online – numa mostra chamada “Solos Reflexivos”. Dentre as cenas, estava “A jornada de um herói”, que de cara, mostrava ao grupo a necessidade de ganhar ainda mais espaço pela relevância das narrativas.
Após ser demitido de uma fábrica de carvão ao questionar a diminuição do seu tempo de almoço, que passa de dez para cinco minutos, ele vai atrás do seu Fundo de Proteção e Garantia ao Trabalhador Desempregado, como única opção de sustento de sua família. Tal como os heróis de Homero, José enfrenta monstros e diversos outros perigos ressignificados nas dificuldades cotidianas de um homem negro, pobre, semianalfabeto e desempregado, marcando uma verdadeira epopéia urbana em que os percalços de um ônibus cheio, uma fila quilométrica e um gerente de banco esnobe, escancaram na resistência de José, o seu heroísmo.
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