Escolas particulares do Rio voltam às aulas presenciais com baixa adesão de alunos – Povo na Rua
         

Escolas particulares do Rio voltam às aulas presenciais com baixa adesão de alunos

remotada aulas rio

Diana Pires

Algumas escolas do Rio de Janeiro voltaram às aulas na manhã de ontem (14) após um impasse na Justiça.
No último domingo (13), a Justiça do Trabalho cassou uma liminar que proibia a volta às aulas na rede privada de ensino do estado. A medida, no entanto, não valeria para o município do Rio, no entendimento da prefeitura.
Cabe recurso para a decisão do TRT, e a prefeitura foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para poder autorizar o retorno às aulas. Em um comunicado divulgado neste fim de semana, a Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj) defende o retorno às aulas.

O documento “Lugar de Criança é na Escola” destaca que “crianças que contribuíram para o combate ao vírus, isoladas, no pior momento da pandemia, têm agora o direito de voltar à sala de aula”. A Soperj afirma que “a pandemia ainda está desaquecendo no Brasil, que enfrenta diferentes momentos dentro do mesmo país”.
“O Município do Rio enfrentou o pico da epidemia no início de maio, e os números apresentam melhora desde então”, argumentou.

O documento afirma que “o sistema público de saúde apresenta dificuldades previamente conhecidas, mas não se encontra mais tão sobrecarregado pela pandemia”. “Os prejuízos educacionais, pedagógicos e psicológicos e socioafetivos na infância e adolescência são indissociáveis entre si e têm na privação escolar um dos seus maiores determinantes”, emendou. A Soperj sublinhou ainda “o esforço da escola em criar o ambiente mais seguro possível com a previsão de práticas de mitigação que forem necessárias”.

Os pediatras citam ainda “a queda na taxa de transmissão, casos e óbitos” e “o distanciamento de mais três meses do pico na cidade”. Com a divergência de decisões – TRT e justiça comum –, cada escola está seguindo a orientação que entende mais coerente. Um colégio particular em Laranjeiras, na Zona Sul, decidiu retomar as aulas presenciais. Mas dos 160 alunos do ensino fundamental, só 7 tinham comparecido à unidade por volta das 8h20.
“Eu acho que a gente tem que aprender a conviver com esse novo normal e a aula on-line tava muito difícil”, disse a médica Carolina Duarte, que levou os filhos ao colégio.

“Todas as recomendações, álcool em gel, ficar com a máscara, não poder abraçar ainda os amigos”, falou outra mãe.
A direção da escola disse que está preparada para o reinício, mas que cabe à cada família retornar às aulas presenciais. “Adotamos todos os cuidados recomendados nos protocolos de segurança governamentais voltados aos alunos, professores e colaboradores. As famílias que desejarem que seus filhos continuem em casa poderão continuar assistindo as aulas remotamente. As famílias que desejarem o retorno às aulas presenciais enviarão seus filhos para a escola”, explica Luiz Eduardo Rocha Lima, diretor do Colégio Miraflores.

Os cinemas, teatros e anfiteatros da cidade do Rio estão autorizados a retomar as atividades, com ocupação de até 50% da capacidade e assentos numerados. Está proibida a venda e consumo de alimentos e bebidas.
Os estabelecimentos culturais e de lazer estão fechados desde março, quando foram impostas medidas restritivas e de isolamento social para conter a propagação da covid-19.

A venda de ingressos deve ser feita somente online ou em caixas de auto atendimento. A modalidade drive-in tem restrição de duas pessoas por veículo ou ocupação máxima no caso de membros da mesma família. Museus, espaços de exposição e bibliotecas foram permitidos desde o dia 1º, com a reserva de quatro metros quadrados por pessoa. Já reabriam o Museu do Amanhã e o Museu de Arte Moderna.

Entre as atualizações do plano de retomada anunciados na sexta-feira pela prefeitura, está também a proibição de bares e lanchonetes venderem bebidas alcoólicas para consumo externo a partir das 22h, bem como vendedores ambulantes. A punição para quem descumprir a regra passou de interdição por 24 horas para suspensão por sete dias, além da multa no valor de R$ 13 mil. As escolas municipais estão apenas com os refeitórios abertos.