Encontro reúne a jornalista Joyce Ribeiro e a comitiva real da Nigéria – Povo na Rua
         

Encontro reúne a jornalista Joyce Ribeiro e a comitiva real da Nigéria

Por que os europeus e outros povos costumam ter orgulho de suas origens, se interessam por conhecer a história dos seus antepassados, vão visitar cidades e povoados e, em geral, buscam ter a mesma cidadania que seus pais ou avós e os descendentes dos povos africanos não seguem este mesmo caminho?
Por que parece existir, de forma geral, uma negação à própria ancestralidade entre os descendentes dos povos africanos?
Este foi somente um dos temas abordados pela jornalista Joyce Ribeiro e a comitiva nigeriana do Palácio de Ifé durante encontro que ocorreu na capital paulista em meio às festividades que marcaram o Mês da Consciência Negra.
Ao fazer o teste de ancestralidade, Joyce descobriu que seus antepassados têm a mesma origem que os de Chica da Silva,  famosa personagem brasileira,  e, por conta disto, tem buscado estimular o debate em torno dessas questões justamente para que as gerações atuais e futuras resgatem o orgulho por suas origens e queiram saber mais sobre a história dos seus antepassados. Em seu primeiro livro, a jornalista faz este chamamento às origens , o que coincide com o objetivo do programa “Back To Home”, o qual é parte do projeto “Tesouros dos Nossos Ancestrais”, um trabalho que vem sendo desenvolvido pela Casa Herança de Oduduwa, instituto mantido por Sua Majestade Imperial Ooni de Ifé, quem estará no Brasil em março de 2022, para lançar oficialmente o programa.
Segundo fontes oficiais, um dos pilares do projeto ‘Back to Home’ é justamente estimular a reconexão (dos descendentes) a uma ancestralidade que se relaciona com reis e rainhas do continente africano e que deve ser motivo de orgulho. O continente africano historicamente é o berço da humanidade, onde tudo começou, ou seja, o resgate do continente é necessário para negros e não negros. Joyce Ribeiro tem o intuito de visitar o continente africano no próximo ano para divulgar seu livro nos países lusófonos e entre os intervalos destes lançamentos, ela pretende debater as razões desta rejeição que, inclusive, favorece a baixa autoestima das pessoas negras brasileiras.