Em primeira entrevista no Vasco, Luxa diz que aceitou desafio pois não é covarde – Povo na Rua
         

Em primeira entrevista no Vasco, Luxa diz que aceitou desafio pois não é covarde

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A torcida vascaína recebeu antes da virada do ano uma notícia que pode não ter agradado a gregos e troianos, mas certamente passa longe da indiferença. Tirar um clube do tamanho do Vasco da Gama, em problemas financeiros, da zona de rebaixamento, não é tarefa para amadores. É trabalho para técnicos tarimbados, do cacife de nomes como Dorival Júnior, Mano Menezes e Vanderlei Luxemburgo. E o nome escolhido foi exatamente o último, que ontem, em sua coletiva de apresentação afirmou: “Nesse momento é muito difícil as pessoas aceitarem, mas eu não sou covarde. Estou aqui.”

“Não foi um convite, foi uma convocação. É uma experiência nova esse campeonato de 12 jogos. Estou muito orgulhoso de voltar em um momento em que todos nós temos que nos colocar à disposição. Não vamos brigar contra o rebaixamento, nosso pensamento é a manutenção do Vasco na Primeira Divisão. Vendo o momento do Vasco, restando 12 jogos, e vendo o que o Vasco fez por mim. Comecei a carreira aqui, no ano passado consegui botar o Vasco na Sul-Americana”.

Com passado extremamente ligado ao maior rival Flamengo, de quem assume ser torcedor, Luxemburgo treinou o Vasco da Gama entre maio e dezembro de 2019, com 15 vitórias, 12 empates e 10 derrotas, em 34 jogos oficiais, todos pelo Campeonato Brasileiro e três amistosos. E a meta de agora é exatamente os 47% de aproveitamento alcançado há dois anos por Luxa no Vasco.

Luxa ouviu de Jorge Salgado, presidente do Vasco para o próximo triênio, a promessa de que a gestão colocará os débitos em dia o mais rapidamente possível. A ideia é que ao menos um mês seja quitado ainda na primeira quinzena de 2021, antes de o novo mandatário assumir o comando. Na apresentação, Luxa falou sobre a confiança na palavra da diretoria

“Se tivesse ficado algum resquício, eu não teria voltado ao Vasco. Duas pessoas discutem uma renovação. Não chegou a um acordo, não chegou. Não tem problema. Eu discuto o “para frente”. O Vasco fez muito por mim. Quando o Campello me chamou, falavam que eu estava acabado.”

“Tenho até o dia 24 para trabalhar. Se nós não conseguirmos manter o Vasco na Série A, eu vou receber um mês de salário para o que? Deixei para o final uma premiação caso o Vasco se mantenha. Não vou trabalhar de graça, mas vou receber se atingirmos o objetivo”.

O Vasco da Gama volta a campo pelo Campeonato Brasileiro nesta quinta-feira, contra o Atlético Goianiense, às 21h, em Goiânia. O time carioca é o décimo sétimo colocado na competição, com 28 pontos, sete vitórias, em 26 jogos (um a menos do que a maioria dos times). Já a equipe goiana é o décimo segundo com 34 pontos e oito vitórias em 27 jogos.

No último domingo o Vasco da Gama empatou em 3 a 3 com o Bahia em São Januário e foi campeão da Copa do Brasil sub-20, coroando uma geração vitoriosa que chama muita atenção dos profissionais com nomes como o de Gabriel Pec, que subiu no ano passado com Luxemburgo e atualmente frequentemente faz a transição entre o time profissional e a categoria de base e subiu no ano passado

“Todo mundo sabe que gosto de olhar para a base. O Pec subiu comigo no ano passado e ele era um filé de borboleta. Ele encorpou, e as jogadas dele são mais decisivas do que antes. Gostei muito, mas gostei da equipe. Todo mundo acha que essa equipe ser colocada no time de cima vai salvar o Vasco da Gama. Calma! Vi o Riquelme jogando, é muito garoto, é muito franzino. O paraguaio chega bem, mas falta alguma coisa. Em todos falta alguma coisa. É muita responsabilidade para um grupo que acabou de ganhar um campeonato”.