Se por um lado há disputa sobre quais regras devem valer na capital fluminense, em municípios vizinhos, como Duque de Caxias, onde não foram adotadas medidas restritivas para conter o coronavírus, impera a desorganização também na campanha de vacinação. Na terça-feira, por volta das 3h, moradores da cidade da Baixada Fluminense, a maioria idosos, já aguardavam em longas filas.
Na Praça de Imbariê, sobrava aglomeração e faltava organização. E, para completar, pouco antes das 9h, funcionários da prefeitura anunciaram que só tinham recebido 500 doses do imunizante contra a Covid-19, o que provocou grande revolta entre a multidão, fazendo guardas municipais se mobilizarem. Uma parte das pessoas continuou no local ao longo do dia na esperança de ser vacinada.
Na semana passada, o mesmo problema aconteceu na Praça de Imbariê, quando também faltaram vacinas para o público-alvo da campanha. A dona de casa Iara Santos Vieira, de 70 anos, cuja segunda dose estava marcada para o último dia 14, já tentou três vezes ser imunizada:
“É muito triste o que estão fazendo com os idosos. Cheguei aqui às 4h da manhã e fiquei cinco horas na fila à toa. Muita confusão nos postos, ninguém dá uma posição para a gente. Eu já tomei a primeira dose com atraso. Estou com medo de que a vacina perca a validade”.
O Ministério Público estadual já cobrou do prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), que ele cumpra o calendário de vacinação previsto no Plano Nacional de Imunização (PNI). A Prefeitura de Duque de Caxias afirmou que adota o protocolo do Ministério da Saúde e que tem como objetivo aumentar o alcance da imunização à medida da chegada de novas doses da vacina.