Novos trechos do depoimento de uma ex-namorada do vereador Jairinho levantam suspeitas sobre agressões cometidas pelo político. Em um deles, ela contou que Jairinho, que é médico, mas nunca exerceu a profissão, dava remédio para ela dormir.
A mulher começou a ser ouvida em um inquérito que trata de supostas agressões cometidas por Jairo Souza Santos Júnior, o vereador Dr. Jairinho. Essa investigação é paralela à que trata da morte do menino Henry Borel, de 4 anos, e enteado do político.
Ela contou que durante uma viagem a Mangaratiba, no Rio, a ex-namorada desconfiou que Jairinho estava lhe dando medicação para que, quando ela estivesse dormindo, ele pudesse falar com a ex-mulher.
Ela não usou o remédio, fingiu dormir e flagrou o vereador segurando a filha dela pelos braços. Apesar de não ver nada agressivo, a mulher afirmou à polícia que a filha estava assustada.
Em outro episódio, a ex-namorada contou para a polícia que Jairinho chegou a rasgar a roupa dela na rua ao vê-la chegando em casa depois de uma balada.
Disse também que quando ele estava só com a filha dela, dizia para menina: “Você atrapalha a vida da sua mãe!”, “A vida da sua mãe ia ser mais fácil sem você!”.
Revelou ainda que o vereador dava mocas, cascudos na cabeça, e torcia as pernas e os braços da criança. Em certa ocasião, numa piscina, ele afundou a cabeça da menina.
A mulher disse que parou de insistir que a filha acompanhasse Jairinho quando viu a resistência dela ao vereador, já que menina chorava muito e chegava a vomitar de tanto nervoso.
O advogado de Jairinho negou que ele tenha agredido a ex-namorada e filha dela.
“Esses episódios são de mais de uma década e sem qualquer testemunha. O que a gente quer mostrar é que em todas relações, Jairinho jamais teve comportamento violento”, disse o advogado André França Barreto.