O delegado federal Deuler Costa, candidato do PSL à Prefeitura de Niterói vem colocando medo em Axel Grael, do PDT, candidato do prefeito atual, Rodrigo Neves e em Felipe Peixoto, que concorre pelo PSD.
Agora, resta saber se o medo é só de perder as eleições ou tem relação com as citações de Felipe Peixoto na delação do ex-secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cortes, e do prefeito Rodrigo Neves, apoiador de Grael, na delação do ex-governador Sérgio Cabral. Ou, então, por causa da possibilidade da Polícia Federal investigar a compra de 80 respiradores por parte da Prefeitura de Niterói. Os equipamentos seriam impróprios para utilização em UTIs da Covid-19.
Felipe Peixoto foi citado em delação do ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Cortes, em 2019, como um dos sucessores da titularidade da pasta que cometeram o crime de receber propinas de empresas com o intuito de formar “caixa” para lançar campanhas políticas. Felipe Peixoto assumiu a secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro em janeiro de 2015 e largou a pasta em meio a uma crise de falta de pagamentos nas unidades hospitalares do estado.
Preso em 2018 na Operação Lava Jato, por envolvimento em irregularidades no transporte público da cidade e solto meses depois, o atual prefeito Rodrigo Neves, que apoia o candidato Axel Grael (PDT), foi citado por várias vezes em delação do ex-governador Sérgio Cabral, que está preso, condenado 14 vezes na Operação Lava Jato, cuja pena é de quase 300 anos.
Em seu depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro (2019.00374664) Sérgio Cabral contou em detalhes os acertos que foram feitos em 2008 para o apoio da candidatura de Rodrigo Neves à prefeitura da cidade.
Segundo o ex-governador Rodrigo Neves pediu pessoalmente ajuda para conseguir emplacar a sua candidatura dentro do Partido dos Trabalhadores (PT).
A ajuda viria em forma de R$ 250 mil repassados diretamente a Rodrigo Neves, com a participação de uma empresa de engenharia. Cabral ainda cita durante a delação que foi entregue R$ 1 milhão a alguém chamado de Domício, que Cabral diz ter certeza de que era operador de Rodrigo Neves, atual prefeito da cidade.
O ex-governador agora preso afirma ainda a existência de um caixa geral da propina, de onde saíam valores.
Rodrigo Neves é citado ainda em trecho onde Sérgio Cabral afirma que houve indução de licitação de um túnel da cidade. “Ele falou: Vou fazer o BRT Transoceânica que liga São Francisco a… tem um túnel, eu não conheço mais detalhes, não participei, não me beneficiei, mas sei que o Rodrigo Neves digamos assim, cumpriu esse compromisso de induzir a licitação e colocar a Carioca (empresa de engenharia) dentro da licitação…”
Sobre a Carioca, Cabral cita ainda um dinheiro vindo da empresa diretamente para a campanha de Neves. “E aí chamei o Rodrigo, fiz as apresentações todas, foram dados R$ 3 milhões do meu caixa de propina, eu falei ‘não precisa repor esse dinheiro depois, não precisa…” O candidato do atual prefeito também é citado na delação de Sérgio Cabral, que lembra que o indicou politicamente ao cargo de vice-prefeito em 2012. Vale lembrar que Axel Grael foi presidente da Feema no governo de Cabral.