Diana Pires
O hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, na Baixada Fluminense, sofre com descaso, falta de funcionários e de materiais básicos para atendimento dos pacientes.
Médicos que trabalham no local denunciam que, desde que a Prefeitura assumiu, estão trabalhando sem contrato e que não há condições de trabalho. Muitos deixaram seus postos.
A Prefeitura de Duque de Caxias assumiu a gestão do Adão Pereira Nunes de forma emergencial, em julho, quando o estado ainda tinha Wilson Witzel na cadeira de governador e Alex Bousquet como secretário de Saúde.
Os funcionários do hospital afirmam estar com salários atrasados desde a troca na administração da unidade.
Além disso, a falta de insumos como gaze, compressas, esparadrapo, fraldas e bisturi elétrico também é um problema relatado pelos funcionários.
Três serviços essenciais foram suspensos nos últimos dias, o Centro de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), a medicina do trabalho (Sesmt) e a Vigilância Epidemiológica, super importante durante uma pandemia. Agora está prestes a acabar o serviço de neurocirurgia, segundo funcionários.
O grupo responsável pela especialidade de Neurocirurgia comandada pela empresa Neuro Care Serviços Médicos LTDA, que atuava desde 2013, deixou a unidade após o coordenador ser afastado. Segundo informações, em seu lugar entrou o neurocirurgião endovascular Dennis Moreira, que encontra-se com limitação na quantidade de profissionais na equipe, de modo que o hospital esteja contando com apenas 1 neurocirurgião por dia para emergência de trauma, ambulatório e rotina de enfermarias. Quem precisou de atendimento nesta especialidade na última semana se deparou com o pior.
Atendimento suspenso
No último dia 10, a Prefeitura de Duque de Caxias suspendeu consultas e exames ambulatoriais para pacientes com suspeita de Covid-19 no Hospital Adão Pereira Nunes.
Mesmo diante de um aumento no número de casos em todo o estado, a Secretaria Municipal de Saúde do município disse que a medida visa manter os serviços essenciais prestados e preservar os demais pacientes, além de otimizar os leitos de UTI para casos de alta complexidade.
Muitas vidas estão e passam diariamente pelo Hospital Adão Pereira Nunes e precisam de atendimento de qualidade. Até quando as autoridades vão fechar os olhos para problemas recorrentes?