Chamou a atenção a ausência de brasileiros, argentinos e mexicanos, especialmente depois que, no fim de abril, a entidade divulgou uma relação dos países com mais pedidos por ingressos. Residentes de Argentina, Brasil e México estavam em primeiro, segundo e quinto lugar, respectivamente.
Os torcedores dos três países latino-americanos foram presença marcante nos dois últimos Mundiais. Em 2014, no Brasil, por motivos óbvios. Em 2018, foram novamente numerosos. Estiveram entre os quatro países com mais torcedores na Rússia, atrás apenas dos próprios russos. Mas este ano não devem estar tão presentes no Catar.
Se a paixão dos latino-americanos pelo futebol não diminuiu e, também, não falta favoritismo às seleções de Brasil e Argentina, fortes candidatas ao título, o que está escasso por aqui é dinheiro. A crise econômica causada pela pandemia e mais a guerra na Ucrânia atingem os bolsos ao redor do planeta. Mais ainda de quem está na base da pirâmide da economia global.
“Os países emergentes e os de renda média ou baixa como os da América Latina são economicamente mais frágeis, por isso os choques os afetam mais. A perda de poder de compra, de renda em termos reais, é a principal variável que expressa o efeito colateral da pandemia e da guerra”, explica Gabriel Barros, economista-chefe da Ryo Asset.
Ele afirma ainda que, por mais que as camadas mais vulneráveis sofram os maiores efeitos da crise, o momento adverso é sentido também pela classe média. É justamente esse o público que tem mais dificuldades para assumir gastos com a ida a uma Copa do Mundo.
A desvalorização da moeda frente ao dólar também é um problema para os latino-americanos. Na Argentina, o peso atingiu o menor patamar de sua história perante a moeda americana em outubro do ano passado. O câmbio segue sendo um grande problema por lá.
Facebook Comments