Coluna A Voz do Povo 25.05.21 – Povo na Rua

Coluna A Voz do Povo 25.05.21

Uma reflexão sobre a “motociata”
Apesar dos pesares — como promover aglomeração de pessoas sem uso de máscara, exibir algumas infrações de trânsito, desrespeitar o luto de 450 mil famílias atingidas pela maior crise sanitária dos últimos cem anos etc etc, — a manifestação de domingo, no Rio, em apoio a Bolsonaro, foi um sucesso. Atingiu plenamente os objetivos políticos a que se propôs, num momento em que a mídia exibe pesquisas desfavoráveis a um presidente obcecado pela reeleição ao cargo. Pegou mal para as mais rígidas tradições do glorioso Exército brasileiro um g eneral da ativa, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello também ter participado do ato. O Regulamento Disciplinar do Exército, o implacável e respeitável RDE, prevê punição para o militar da ativa que se manifeste politicamente. Dissimulado, Pazuello confessa que errou, oferece uma desculpa esfarrapada como fez quando adentrou sem máscara num shopping em Manaus e se credencia a ser candidato a algum cargo eletivo no ano que vem. Caso não seja punido, abrirá um precedente capaz de estimular um processo de desmoralização da força terrestre, uma instituição ainda credora do respeito e admiração da sociedade civil. Essa “motociata” ainda vai dar o que falar: bem e mal.

Por falar em Pazuello
Muito bem informado dos bastidores do governo Bolsonaro, do qual é fã de carteirinha, o jornalista gaúcho Políbio Braga informou em seu blog que Pazuello gostou da conversa e pediu para ser convocado novamente pela CPI da Covid. Disse que o general quer que os “senadores do Eixo do Mal” perguntem por que ele foi à “motociata” de domingo no Rio.

Ainda sobre o general da Saúde
Em uma visão mais realista, meu parceiro Bruno Thys acrescenta que as duas doses do general da Saúde na CPI da Covid podem ser resumidas em apenas seis palavras: um manda e o outro mente.

Em resposta à “motociata”
Partidos, sindicatos, coletivos e movimentos marcam o ato “Fora Bolsonaro”, para o próximo sábado, em frente ao monumento Zumbi, na Presidente Vargas, no Centro do Rio, partir das 10h. Pede para irem de máscara e levar álcool em gel. Mas não dá para evitar aglomeração.

Sugestão de pauta
O parceiro Bruno Thys (sempre ele) abriu ontem o jornal ansioso pra ler sobre os motivos que levaram a infectologista Luana Araújo a pedir demissão do cargo de secretária de Enfrentamento à Covid-19, do Ministério da Saúde, nove dias depois de nomeada pelo ministro Queiroga. Diz ele ter procurado em sites, blogs, noticiário da CPI e…nada. E desabafou:
— Não creio ser difícil apurar isso. Se alguém souber os motivos e bastidores, por favor, manda pra mim. É mera curiosidade de cidadão.

“Modelo é modelo”, diz marido de Sasha
Na linha do comentário de abertura da coluna anterior e da reação de Sergio Motta, do dono da agência 40 Graus Models, o cantor gospel João Figueiredo, marido de Sasha Meneghel (com quem aparece na foto), também criticou o comportamento da imprensa, ao rotular Bianca Dominguez — a acompanhante de luxo que estava presente durante a morte de MC Kevin — de modelo, como ela se identifica em suas redes sociais. “Modelo é modelo, prostituta é prostituta. São duas coisas completamente diferentes”, escreveu o cantor, que subiu ao altar com a filha de Xuxa no último dia 13. Depois do desabafo de João, uma fã comentou “at é tu falando disso”. O cantor então se justificou dizendo que acompanha de perto a profissão por causa de Sasha, que é estilista e também modelo, assim como a sogra famosa já foi.

Mera coincidência
Do parceiro Bruno Thys:
— Esse ministro Ricardo Salles segue os passos de outro Ricardo, o Teixeira, ex-presidente da CBF, que fez tanta falcatrua, mas tanta, que só consegue viver livre no Brasil: tem prisão pedida em tudo quanto é país, menos aqui. Aliás, seguir o caminho da madeira apreendida nos EUA, a partir da Amazônia, é o básico. Ponto para o governo Biden.

Do Diário do Rio
O poderoso presidente da Câmara dos Vereadores, Carlo Caiado, deve lançar o irmão candidato a deputado estadual. As apostas anteriores eram que o nome fosse do subprefeito da Barra, Raphael Lima.

Dalmares 2022
A ministra Damares Alves, da Mulher, Família e Direitos Humanos, tem contado a muita gente que foi “convocada” pelo presidente Jair Bolsonaro para disputar o governo do Distrito Federal em 2022.
Esbanjando saúde

No embalo da sua nova oferta de ações, que pode chegar a R$ 6,7 bilhões, a Rede D´Or prepara uma ofensiva para desembarcar em Porto Alegre.

Goela larga
O apoio enfático de Roberto Jefferson ao presidente Bolsonaro não vai sair barato. O PTB quer a presidência da Casa da Moeda, o que não é nada fácil, porque o cargo está nas mãos do vice-almirante Hugo Nogueira.

O que é LGBTQIA+?…
Depois de descartar expressões chulas e pornográficas, o politicamente correto criou a expressão gay. A coisa evoluiu, incorporando outras preferências sexuais. Agora é LGBTQIA+ (Lésbicas, gays, bissexuais, trans e travestis, queers, intersexuais, assexuais e demais existências de gêneros e sexualidades).

…É um nicho de mercado
As operadoras de celulares costumam oferecer o básico: serviço de telecomunicações que permite ligações e conexão à internet móvel. Agora, uma nova opção: a Todes Telecom quer ir além e priorizar serviços para o público LGBTQIA+. A ideia é ofertar aconselhamento jurídico e atendimento de telepsicologia a preços populares.

O verdadeiro novo rico
O francês Bernard Arnault se tornou ontem a pessoa mais rica do mundo após alta nas ações do grupo de moda de luxo LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy). Com patrimônio líquido de US$ 186,3 bilhões, Arnault ultrapassa Jeff Bezos (US$ 186 bilhões) e Elon Musk (US$ 147,3 bilhões), segundo a “Forbes”.

Negócios da China
Executivos chineses têm visitado áreas no interior de São Paulo para a construção de um complexo logístico.