Coluna A Voz do Povo 15.03.20 – Povo na Rua

Coluna A Voz do Povo 15.03.20

A VOZ DO POVO
Aziz Ahmed
azizahmed@uol.com.br

Dória diante do espelho
Abro a coluna com a análise a seguir, do meu parceiro Bruno Thys, postada no território livre da internet. Ei-la: “Reportagem de ‘O Globo’ sobre a impopularidade de presidenciáveis trouxe um dado curioso: não é de Bolsonaro ou de Lula a maior taxa de rejeição, segundo pesquisa IPEC, mas de João Dória (foto). Mesmo com seu louvável esforço — e de sua excelente equipe de saúde — para produzir vacinas, ele bate todos os postulantes à presidência neste quesito. A reportagem não analisa o fato. Muito provavelmente, os entrevistados avaliam Dória como um projeto ultra-individual de poder, em que o Brasil seria apenas uma passarela. Neste sentido, ele pr ecisaria de um bom terapeuta, na linguagem dele “um gestor de vaidade e ambição” pra ajudá-lo a se livrar do espelho e pensar num projeto de país. Não é tarefa fácil. O narcisismo é classificado como distúrbio de personalidade pela psiquiatria. Na mitologia grega há dois desfechos para a história do mito de Narciso: morreu de desgosto por admirar sua imagem, mas não conseguir possuí-la; morreu afogado ao tentar tocar na imagem que via refletida no espelho d’água”.

Seis batalhões de infantaria
De acordo com o Tribunal de Contas da União, 6.157 militares das três Forças Armadas servem em postos civis no governo do capitão Bolsonaro. Desses, 3.029 são da ativa, segundo o Ministério da Defesa;

A propósito

Militar hoje no governo do capitão não pede demissão. Dá baixa.

Ordem unida
Do presidente Bolsonaro, dizendo que “é fácil impor uma ditadura no Brasil:
— Estamos vendo municípios com guarda municipal e cassetete mandando todo mundo para dentro de casa. Imagina uma Força Armada com fuzil.

Capetão
Para o parceiro Bruno Thys, um presidente com formação militar confundir toque de recolher com estado de sítio é o mesmo que um médico não distinguir analgésico de uma vacina.

Cada vez pior
Depois que sua casa foi assediada por manifestantes, em Curitiba, o ministro Edson Fachin teve a segurança reforçada. Ministros do STF não conseguem mais andar nas ruas, frequentar locais públicos ou sequer permanecerem sem serem ameaçados dentro das próprias casas.

Fachinês
Do jornalista Augusto Nunes:
— Fachin fundiu o português pernóstico e o juridiquês castiço no mesmo relatório.

Fechando o caixão
O processo de desmontagem e desmoralização da Lava Jato avança, de forma sincronizada, em várias frentes.

Pazuello e a pandemia
O Brasil caminha para registrar 300 mil mortes por Covid-18. Para comparação das perdas, vale lembrar que o total de brasileiros mortos nas guerras do Paraguai e de Canudos e nas duas guerras mundiais soma 127.156. O general Pazuello não sai dessa guerra contra a pandemia como herói. Pelo contrário.

Às compras
Deu no Relatório Reservado que um grande fundo de investimento norte-americano está com o pé na soleira do Hortifruti, rede de supermercados do Rio com 48 lojas e faturamento da ordem de R$ 2 bilhões por ano.

Meio ambiente
Na contramão do insípido e inodoro Ricardo Salles, o governador Flavio Dino, coordenador do consórcio de governadores da Amazônia, vai sair em road show. Pretende levar aos embaixadores da Noruega, Nils Martin Gunneng, e da Alemanha, Heiko Thoms, a proposta de criação de um fundo para a região, com recursos internacionais.

Banco familiar
Após o polêmico empréstimo de R$ 3,1 milhões para Flavio Bolsonaro comprar uma mansão em Brasília, os funcionários do BRB cunharam, nos corredores da instituição, um novo significado para a sigla: “Banco Regional dos Bolsonaro”. Não custa lembrar que foi por influência de Jair Bolsonaro que o banco do Distrito Federal fechou um contrato milionário com o Flamengo.

Você sabia?

Que a maior floresta urbana do mundo não é a da Tijuca. maior floresta urbana do mundo fica no Rio, mas é o Parque da Pedra Branca, na Zona Oeste da cidade.

A união que faz a força 
O projeto ‘Árvore da Vida’ está angariando louças, faianças e cerâmicas para construção de um belo mural no centro de Mendes, no Vale do Café fluminense. O objetivo é criar uma atração turística com características da cidade.

Esta coluna é publicada às terças e sextas-feiras