Caxias: Manobra do prefeito Washington Reis impediu investigação dos R$ 100 milhões

Uma nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Duque de Caxias, no dia 29 de agosto, em defesa do prefeito Washington Reis e do irmão Rosenverg Reis, revela o desespero do prefeito equilibrista, que tenta, a todo custo, se desvencilhar dos fortes indícios de corrupção na prefeitura de Caxias, como aponta investigações do Ministério Público. Segundo o MP, o prefeito e seu irmão teriam participação num suposto esquema de corrupção chefiado pelo governador Wilson Witzel.

O ex-secretário de Saúde do RJ, Edmar Santos, delatou o acordo do governador com o prefeito de Caxias, envolvendo o repasse de R$ 100 milhões por meio da sistemática de transferências fundo a fundo, ou seja, entre o fundo estadual e o fundo municipal de saúde.

Washington Reis e o irmão, Rosenverg Reis, deputado e líder do MDB na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), estão entre os investigados. O prefeito se sustenta no cargo graças às manobras protelatórias na justiça.
Réu em dezenas de processos e com condenação transitada em julgado, o prefeito equilibrista segue no comando da cidade sem uma ação mais efetiva do Poder Judiciário. Será que há um esquema de pagamento de propina no judiciário para mantê-lo no cargo e permitir sua candidatura à reeleição?

Washington Reis nunca saiu da mídia, sempre a frente de escândalos em seu governo ou de fortes indícios de corrupção em suas alianças com políticos e empresários fluminenses, envolvidos em esquemas de corrupção. Mário Peixoto, preso em Bangu 8, possui contratos milionários com a prefeitura de Caxias.

Entidades da sociedade civil denunciaram ao Ministério Público o fechamento do Conselho Municipal de Saúde, em dezembro de 2019, por determinação do prefeito e de seu secretário de saúde, José Carlos de Oliveira. A decisão visava impedir o controle social na aplicação desses recursos que deveriam estar sendo empregados em prol da saúde da população caxiense.

A pretensão de ambos foi derrotada pela justiça de Caxias, que determinou, no início de agosto, o restabelecimento das atividades do conselho de saúde conforme previsto em lei. A justiça acatou na íntegra a Ação Civil Pública movida pelo MP, inclusive determinando que o governo municipal se abstenha de obstaculizar as ações do conselho de saúde. Este ano, o conselho comemora seus 30 anos de história, entrincheirado na luta contra os algozes do povo e inimigos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme noticiado, só em 2020, o fundo municipal de Saúde de Caxias recebeu mais de R$ 41 milhões do estado, relacionado a dívidas dos anos anteriores. Esse valor superior ao repasse para as prefeituras da própria capital e de São Gonçalo, na Região Metropolitana, que têm populações maiores que a de Duque de Caxias.
Nos palanques eleitoreiros montados em Duque de Caxias com o apoio dos vereadores, os irmãos Reis seguem anunciando suas alianças com Witzel e com o presidente das trevas, Jair Bolsonaro, que seguem destruindo o Brasil e o Estado do Rio de Janeiro.

A nota da secretaria municipal de comunicação ainda afirma, absurdamente, que Duque de Caxias “mantém a rede pública de saúde mais abrangente, moderna de todo o estado”, o que não é realidade. Quando foi contaminado pela Covid-19, em abril, Washington Reis ficou internado 13 dias no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Zona Sul do Rio.

O desgoverno Washington Reis sucateou os postos e serviços de saúde e humilha os servidores e pensionistas com constantes atrasos salariais, além de levar a população à morte por Covid-19. Caxias é a quarta cidade do estado em número de casos confirmados do novo coronavírus, com mais de 8 mil notificações, e ocupa a terceira posição no número de vítimas fatais, com mais de 650 óbitos. Washington Reis e seus aliados estão à serviço da morte da população e a resposta contra a corrupção e o desgoverno deve ser dada, em novembro, nas urnas.