Diana Pires
O setor de balística do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) vai avaliar se há viabilidade para a realização do confronto balístico de um fragmento de bala de fuzil encontrado no corpo de uma das meninas mortas em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com as armas de policiais que estavam na região.
Uma testemunha afirmou em depoimento que viu os tiros serem disparados de dentro de uma viatura da PM.
O projétil, encontrado na barriga da vítima, será avaliado pela perícia. Imagens de uma câmera arrecadadas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense vão também ser avaliadas para saber um pouco mais sobre a movimentação do carro da PM na noite das mortes.
Os depoimentos das testemunhas ouvidas até agora pela DHBF, tanto de policiais quanto de vizinhos das primas, são unânimes: não havia criminosos armados ou confronto no momento em que os disparos atingiram as primas Emilly, de 4 anos, e Rebeca, de 7 anos, na Rua Binha, próxima a Avenida Gomes Freire.
A via é citada por testemunhas como o local de onde os tiros teriam sido disparados pelos PMs. As vítimas foram atingidas quando brincavam na porta de casa na comunidade Santo Antônio.
PMs voltam a negar que dispararam
Na última quarta-feira (9), mais três PMs foram ouvidos pela DHBF. Outros dois já tinham sido ouvidos no sábado (5). Todos afirmaram que estavam na região para tentar recuperar um carro roubado, que alegaram que estava na comunidade do Sapinho, e negaram ter disparado qualquer tiro na noite de sexta-feira.
Os policiais ouvidos disseram que, depois de não terem obtido sucesso em terem conseguido encontrar o carro roubado, voltaram à base onde estavam, na Avenida Gomes Freire. Só depois disso, ouviram os disparos dentro da Rua Binha. Mais uma vez, todos negaram ter feito qualquer disparo.
Logo depois, já no Batalhão, eles contaram à polícia que souberam pelo rádio que duas crianças haviam sido baleadas.
As armas – 5 pistolas e 5 fuzis – foram apreendidas pela Polícia Civil. Os fuzis eram de dois diferentes calibres, segundo a DHBF: 762 e 5,56.
Na segunda-feira (7), a Polícia Militar afirmou que seria “leviano” acusar os policiais pelos disparos que mataram as meninas em Duque de Caxias antes das investigações.