Carta de Corso: delegado comanda quadrilha que leva dinheiro para liberar roupas falsificadas – Povo na Rua
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Carta de Corso: delegado comanda quadrilha que leva dinheiro para liberar roupas falsificadas

 Apontado como o responsável pelo comando de uma quadrilha, alvo de uma operação do Ministério Público na manhã de hoje, o delegado Maurício Demétrio Afonso Alves, titular da Delegacia do Consumidor (Decon), da Polícia Civil do Rio, segundo a denúncia, usava carros de luxo para encobrir os ganhos irregulares. De acordo com o MP, o grupo, que tem a participação de mais agentes, cobrava vantagens ilegais para permitir a venda de roupas falsificadas em lojas da Rua Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.                                O MP classificou Demétrio como o “capo da organização”. Para os promotores, o delegado desfruta de um “padrão de vida incompatível com seus recursos de origem lícita conhecida”. O policial mora em condômino de classe alta na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, onde foi preso nesta manhã. O delegado está na Polícia Civil há mais de 19 anos. A denúncia cita três veículos de luxo que eram usados por Demétrio — inclusive com registro na administração de seu condomínio para a liberação de entrada automática —, mas não constavam no Detran-RJ no nome do delegado.         O documento cita o carro Land Rover, modelo Evoque, que após a aquisição, em julho de 2019, foi registrado em nome da pessoa jurídica DPM Som Acessórios e Equipamentos para Autos LTDA, que tem Alberto Pinto Coelho como sócio administrador. O veículo, então, passou para o nome de Verlane da Costa Pereira Alves, mulher do Demétrio, no último dia 10, para, de acordo com o MP, convertê-lo em um ativo lícito. A mudança teria ocorrido após o delegado saber da investigação sobre o grupo do qual é apontado como o chefe.                         Maurício Demétrio também dirigia um Toyota Hilux SW4, veículo sem registro junto ao Detran-RJ no seu nome. O documento indica que o delegado adquiriu o carro antes de março deste ano, período do primeiro registro de entrada no condomínio onde mora. Para não o cadastrar na administração, Demétrio continuou a usar o passe eletrônico (tag) emitido para um veículo o qual dirigia anteriormente, um Ford Fusion, que fora vendido a um empresário em setembro de 2019.              O delegado também não teria registrado no seu nome um Mercedes-Benz GL 350 junto ao Detran-RJ. O veículo, no entanto, está cadastrado para entrada no condomínio vinculado ao apartamento do delegado, no bloco 3, há no mínimo 10 meses. Neste período foram computadas entrada e saída do veículo, inclusive de Demétrio acompanhado pela sua mulher.                                                              A operação Carta de Corso do Ministério Público tem como alvo a organização criminosa que, segundo o órgão, está sob comando do delegado Maurício Demétrio Afonso Alves, titular da Delegacia do Consumidor (Decon). O grupo, ao invés de reprimir crimes — em especial a “pirataria” — exigia dos lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana, o pagamento de vantagens ilegais para permitir que continuassem vendendo roupas falsificadas.

De acordo com o MP, a organização surgiu na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), quando era comandada por Demétrio, entre março de 2018 e março de 2021. Outros policiais lotados na delegacia, um perito criminal e algumas outras pessoas compunham o grupo, indicaram as investigações. Além de oito mandados de prisão, outros 19 de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça e são cumpridos

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