Em sessão presencial e virtual, que começou na tarde de ontem e se estendeu durante 4 horas, até depois do expediente, a Câmara dos Vereadores do Município do Rio de Janeiro decidiu rejeitar a abertura de processo de impeachment do prefeito Marcelo Crivella. A votação foi apertada, com 25 votos contra a admissibilidade e 23 a favor. Para passar, a solicitação precisava da maioria de 26 votos do total de 51 parlamentares. Ontem foi protocolada do Legislativo municipal a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias contra Crivella.
O pedido inicial de impeachment foi apresentado pela bancada do PSOL e pela deputada estadual Renata Souza, candidata à prefeitura do Rio. A denúncia feita à Casa foi fundamentada na revelação do RJ2, telejornal da Rede Globo de Televisão, sobre a existência do “Guardiões do Crivella” – grupo em aplicativo de conversas criado para tentar calar o trabalho de jornalistas e impedir denúncias da população sobre a situação precária da saúde municipal.
Os vereadores das bancadas de oposição sustentaram que era necessário abrir o processo de impeachment a fim de investigar a participação do prefeito junto a esses grupos, que se organizavam através do Whatsapp. Já os parlamentares da base do governo argumentaram que não cabia abrir um processo do tipo às vésperas do início da campanha eleitoral deste ano, dizendo que o julgamento seria feito pelos eleitores nas urnas.
Além do pedido de impeachment arquivado na sessão de ontem, foi aberto um inquérito policial para apurar as denúncias, além de duas investigações através do Ministério Público Estadual, uma para apurar atitude criminosa e outra para apurar improbidade administrativa.