Bibliotecas são mundos mágicos que despertam o imaginário de crianças e adultos. “Onde moram os livros – bibliotecas do Brasil” da escritora Daniela Chindler, apresenta dois escritores, um imperador, um monge, uma pequena escultura e uma senhorita de 1900 que conduzem o publico por esses espaços.
Com direção teatral de Guilherme Miranda, a peça reúne quatro atores, bonecos e muita música em cena, dando vida aos personagens que narram histórias de seis bibliotecas emblemáticas: Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro), Real Gabinete Português de Leitura (Rio de Janeiro), Biblioteca Pública do Amazonas (Manaus), Biblioteca Mário de Andrade (São Paulo), Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul (Porto Alegre) e Biblioteca do Mosteiro de São Bento da Bahia (Salvador).
Curiosidades das bibliotecas de “Onde moram os livros”
Por trás das prateleiras repletas de livros, essas bibliotecas guardam histórias e curiosidades que marcaram a trajetória do país. A maioria delas, por exemplo, possuem um setor chamado inferno, criado pelos bibliotecários para preservar os livros proibidos nos tempos em que a inquisição da Igreja Católica ou a Ditadura Militar censuravam algumas obras ditas “impróprias”.
Na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, um livro de Santo Agostinho foi condenado ao inferno. É uma edição de “A cidade de Deus”, impressa em 1661. A igreja condenou não o santo, autor da obra, mas quem fez os comentários, as notas de rodapé. Os comentários foram riscados com uma tinta que tinha ferro em sua composição, que enferrujou e começou a perfurar as páginas com o passar dos séculos. Hoje é preciso ter todo o cuidado para folhear esse livro, porque ele pode se desfazer.
A Biblioteca do Mosteiro de São Bento da Bahia, em Salvador, é tombada pela Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e reúne o segundo maior acervo de documentos e livros raros do Brasil. A formação do acervo dessa biblioteca começa com a chegada dos primeiros frades beneditinos que aportaram na Bahia na Páscoa de 1582.
Construída em um exuberante edifício retrato dos tempos áureos do Ciclo da Borracha, a Biblioteca Pública do Amazonas, em Manaus, teve um trágico episódio em sua história em 1945, quando sofreu um incêndio que destruiu praticamente todo seu acervo original. Sobraram apenas sessenta livros, que estavam emprestados para uma exposição.
Eleita uma das mais bonitas do mundo, o Real Gabinete Português de Leitura tem, atualmente, um acervo com mais de 350 mil livros, o maior com obras lusitanas fora de Portugal. O enredo dessa história é contado sob a ótica do poeta e desbravador português Luís de Camões, que juntamente com os navegantes Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral e do infante Dom Henrique são representados em estátuas na fachada do prédio.
Inaugurada em 1922, a Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, é uma caixinha de joias. A sala egípcia lembra a decoração do Salão Assyrio, do Theatro Municipal. No salão da biblioteca havia a Sala das Senhoras, um ambiente onde as mulheres podiam falar sobre “assuntos de mulher”. Naquela época, elas não tinham espaço no mundo intelectual, que era dominado por homens.
Antes chamada de Biblioteca Municipal de São Paulo, a Biblioteca Mário de Andrade mudou de endereço e de nome em homenagem ao grande poeta brasileiro Mário de Andrade. A biblioteca possui um grande acervo de obras raras ou especiais com fotos, desenhos, documentos e cartões-postais, dos quais 4 mil imagens já foram digitalizadas e estão disponíveis online (shorturl.at/yAFOX).
SERVIÇOS
ESPETÁCULO:“Onde moram os livros – bibliotecas do Brasil”
Datas: 3 e 4 de dezembro
Horários: 14h
Local: Casa de Cultura Laura Alvim, Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema, Rio de Janeiro – RJ
Entrada franca – retirada de ingressos na bilheteria do teatro uma hora antes do horário do espetáculo
Faixa etária: livre