O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) entrou, ontem, com um novo pedido de abertura de processo de impeachment contra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, na Câmara Municipal. De acordo com o documento entregue ao presidente da Câmara, Jorge Felippe, Crivella cometeu improbidade administrativa, crime de responsabilidade e desviou verbas públicas.
Segundo o partido, a iniciativa foi motivada pela suspeita recentemente revelada sobre um esquema de corrupção envolvendo o prefeito e homens de sua confiança após a realização de mandados de busca e apreensão oriundas da Operação Hades.
A Polícia Civil e o Ministério Público estadual (MPRJ) realizaram, na semana passada, uma operação contra irregularidades em contratos firmados com a Prefeitura do Rio. Foram 22 mandados de busca e apreensão, cumpridos em endereços ligados a Crivella (Republicanos), servidores, empresários e à administração municipal. Um dos celulares e um pendrive de Crivella foram apreendidos.
A ação foi um desdobramento da Operação Hades, deflagrada no dia 10 de março deste ano, que investiga a existência de uma possível organização criminosa e esquema de corrupção na prefeitura. Os mandados para a ação foram autorizados pelo 1º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). Dentre os endereços alvos, estavam a residência de Crivella, na Península, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, o Palácio da Cidade, residencial oficial da prefeitura, em Botafogo, na Zona Sul, e o Centro Administrativo São Sebastião, sede do Executivo Municipal, na Cidade Nova.
Os agentes também foram a endereços residenciais e funcionais de agentes públicos municipais e empresários em Jacarepaguá, Flamengo, Tijuca, Itaipava, na Região Serrana, e em Nilópolis, na Baixada Fluminense.
A Câmara de Vereadores rejeitou a abertura do processo de impeachment contra o prefeito no dia 3 de setembro. Ao todo, foram 25 votos contra e 23 a favor da abertura do rito. O pedido de abertura do processo de impeachment foi protocolado pela deputada estadual Renata Souza (PSOL) como resposta à denúncia veiculada pela TV Globo, de que grupos organizados de servidores municipais são pagos pela prefeitura para constranger o trabalho da imprensa na porta das unidades de saúde do município e impedir que a população dê entrevistas. O grupo ficou conhecido como ‘Guardiões do Crivella’.