O número de motoristas flagrados dirigindo bêbados mais que dobrou durante a pandemia no estado do Rio. Segundo um levantamento da Operação Lei Seca, que completa 12 anos nesta sexta-feira (19), o percentual passou de 4% para 10%.
“Nós percebemos um aumento no percentual de motoristas flagrados sob influência de álcool. Antes da pandemia, o percentual era de 4% a 4,5%. Este número subiu para 10%“.
Em uma blitz que durou cinco horas na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, 65 motoristas foram abordados. Desses, sete se recusaram a fazer o teste do bafômetro. Quem recusa tem a carteira de habilitação apreendida e paga multa de quase R$ 3 mil.
O coordenadorda operação, major Vitor Schimidt, afirma que esse tipo de comportamento tem aumentado durante a pandemia e indica que mais gente está bebendo antes de dirigir.
Em 12 anos de existência, a Operação Lei Seca já fez um total de 3,4 milhões em 26 mil blitzes no estado.
Com a pandemia, a operação precisou ser suspensa durante sete meses. Foi retomada em outubro com protocolos de segurança, como uma barreira plástica que fica entre o policial e o motorista que faz o teste do bafômetro.
“Eu me sinto mais seguro porque não tem o contato direto com a gente. Ficamos protegidos contra qualquere ação do vírus”, disse o motorista André Felipe Freitas.
No meio de uma pandemia, cada leito disponível importa. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 6.210 pessoas precisaram ser hospitalizadas em 2020, vítimas de acidentes de trânsito.
“Visto que os acidentes de trânsito colocam os politraumatizados ocupando leitos por longo tempo, isso faz com que um ou mais leitos que poderiam ser utilizados por pessoas que contraíram Covid”, afirmou o major.
Nesta semana, o Bom Dia Rio mostrou que um homem foi preso por dirigir embriagado e ter provocado a morte de duas pessoas em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio.
Segundo a polícia, Rafael Macena da Silva voltava de uma festa. Um casal que estava no carro morreu. Outras duas pessoas ficaram feridas.
O sargento Márcio Luiz Valle é uma das vítimas da combinação entre álcool e direção. Ele trabalhava em uma blitz da Lei Seca em 2018 que estava bêbado e tentava fugir.
“Eu saí para trabalhar e voltei para casa sem a perna esquerda. Para mim, é como se continuasse uma missão. Essa missão de salvar vidas, eu continuo. Agora de outra maneira. Mas continuo a mjissão”.