Diana Pires
A manhã de sexta-feira foi marcada por transtornos no fornecimento de água de boa parte da cidade do Rio de Janeiro. Em vários locais, as torneiras ficaram secas e os cidadãos sem fornecimento. Uma manutenção preventiva da Cedae no Sistema Guandu que deveria ter terminado às 20h de quinta-feira (24) só acabou às 4h de sexta (25). O problema afetou o atendimento no Hospital Pedro Ernesto, vinculado à Uerj. Pelo menos 18 bairros do Rio foram afetados:
Vila Isabel, Tijuca, Grajaú, Anchieta, Água Santa, Pavuna, Campo Grande, Sepetiba, Ilha do Governador, Santa Cruz, Cascadura, Jacarepaguá, Cidade de Deus, Senador Camará, Ricardo de Albuquerque, Coelho da Rocha, Cachambi e Oswaldo Cruz.
Também houve registro de falta d’água em bairros de Belford Roxo e Nova Iguaçu.
Moradores de vários pontos do Rio e da Baixada Fluminense fizeram registros da falta de fornecimento. “São 11h e nada de água ainda no Cachambi”, reclamou uma moradora. “Cadê a água da Cedae? Até agora nada. Estamos sem água em Oswaldo Cruz”, contou um morador, mostrando a torneira vazia.
No Hospital Universitário Pedro Ernesto, vinculado à Uerj, cerca de 400 pessoas estão internadas e todas as equipes foram orientadas a economizar água, pois não há o suficiente no reservatório da unidade de saúde. Pacientes que aguardavam para a internação tiveram que voltar para casa.
“Estamos aqui desde 6h. Recebemos uma ligação ontem informando que ele seria internado às 7h. Chegamos bem cedo e por volta de 9h nos falaram que ele ia ser dispensado porque não tem água no hospital”, contou o filho de um paciente, que mora em Araruama, na Região dos Lagos. A família ainda não sabe quando a cirurgia será remarcada. O paciente terá que fazer um novo teste de Covid-19 para ser internado para uma cirurgia.
O diretor do Pedro Ernesto, Ronaldo Damião, confirma que os profissionais do hospital sofrem com dificuldades causadas pelas baixas reservas de água. “Estamos muito preocupados. A água da Cedae ainda não entrou no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Está gotejando. Estamos com cerca de 400 pacientes internados e cerca de 50 cirurgias marcadas. Estamos entrando com as primeiras cirurgias. Se a água não entrar, poderá haver necessidade de suspender as outras cirurgias. Os banhos dos pacientes estão sendo retardados. Estamos fazendo uma economia muito grande para que o desastre não possa ser maior. Infelizmente, isso não é a primeira vez que acontece”, disse Ronaldo Damião.