No dia 23 de agosto, o AquaRio lançou a campanha educativa “Manguezal: berçário da vida” — uma iniciativa integrada ao projeto anual “Conexões: a biodiversidade em nós”. A campanha busca conscientizar o público sobre a importância dos manguezais, ecossistemas costeiros vitais para a biodiversidade e a proteção das zonas litorâneas. Em colaboração com a Rede Nós da Guanabara e o Projeto do Mangue ao Mar — desenvolvido pela ONG Guardiões do Mar, em convênio com a Transpetro — a campanha oferece atividades lúdicas, exposições interativas e encontros com comunidades tradicionais, que não só dependem desses ecossistemas, mas também desempenham um papel crucial na preservação e regeneração desses ambientes.
A iniciativa inclui uma série de atividades imersivas. Ao entrar no AquaRio, o público é recebido por uma exposição que recria três ecossistemas: restinga, manguezal e mar aberto. Três espaços educativos, chamados “Fontes de Conhecimento”, proporcionam experiências interativas que destacam a importância dos manguezais, sua rica biodiversidade e as práticas culturais das comunidades da Baía de Guanabara. O primeiro espaço explora os organismos planctônicos e suas relações ecológicas. O segundo foca na biodiversidade do manguezal e nos diferentes tipos de mangue. O terceiro destaca as comunidades tradicionais e suas práticas culturais voltadas para a conservação ambiental. Após percorrer esses espaços, os visitantes seguirão para a área de exposição, onde poderão revisitar os temas abordados e participar de atividades interativas, incluindo um tabuleiro humano que estimula a reflexão sobre a conservação da biodiversidade.
Além das atividades no AquaRio, a campanha realizará mensalmente as rodas de conversa “AquaEduca — Saberes dos Povos do Mar, Juventudes e Comunidades Tradicionais”, que visam promover o intercâmbio de conhecimento entre comunidades locais, jovens, especialistas e o público em geral. Esses encontros serão um espaço aberto para debater temas fundamentais como turismo sustentável, conservação ambiental e o papel essencial das comunidades tradicionais na preservação dos manguezais. O foco principal será a conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos e a valorização dos territórios e das culturas das baías de Guanabara e Sepetiba. A primeira roda de conversa acontecerá no dia 23 de agosto e abordará o tema “Raízes e Rituais: Quilombo e Agroecologia em Diálogo”. A iniciativa contará com a participação de Juliana Diniz, Jandira Oliveira (Museu Vivo da Agroecologia), Griô Almirena Raimundo Couto (Quilombo do Feital) e Ana Beatriz Bernardes Nunes (Associação Estadual das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro — Acquilerj).
No dia 11 de setembro, a educação ambiental será levada à comunidade de Itaoca, em São Gonçalo, com uma gincana socioambiental que incluirá 60 alunos de escolas públicas e 30 membros da cooperativa de meliponicultores, realizadores do Projeto Mangue Doce. Atividades educativas, como a realização das Olimpíadas de Resíduos coordenadas pelas biólogas e educadoras do AquaRio Joyce Anjos e Patrícia Rocha, farão parte da programação. Além disso, a programação contará com exposições de materiais biológicos e uma intervenção artística e musical com o biólogo e arte-educador Guilherme Teixeira, que apresentará uma canção autoral sobre os manguezais.
Já em 18 de setembro, o AquaRio sediará o lançamento do Manual de Restauração Florestal de Manguezais, desenvolvido por Guilherme Rodrigues e o Projeto UÇÁ. Este manual visa preencher lacunas no conhecimento sobre a restauração de manguezais, oferecendo orientações práticas e destacando a importância das comunidades tradicionais na preservação desses ecossistemas vitais. O evento será uma oportunidade para a comunidade científica discutir técnicas de restauração e a necessidade de esforços coletivos na proteção da biodiversidade.
Os manguezais são berçários naturais essenciais para diversas espécies e desempenham um papel crucial na manutenção dos estoques pesqueiros e na sobrevivência das comunidades locais. No entanto, enfrentam ameaças crescentes devido à exploração de recursos, expansão urbana e poluição. A campanha busca aumentar a conscientização sobre esses desafios e promover ações para mitigar a degradação. Através desta iniciativa, o AquaRio reforça seu compromisso com a conservação e a educação ambiental, sublinhando a importância de proteger esses ecossistemas fundamentais.
Programação:
Campanha “Manguezal: Berçário de Vida” – AquaRio 2024
Descrição: Espaço imersivo representando três ecossistemas (Restinga, Manguezal e Mar aberto) para fotos.
Sala Educativa 1 – A Trajetória da Vida pelas Raízes do Manguezal
- Atividade: Exploração de diorama e interação com areia cinética.
- Curadoria: Allysson Passos dos Santos, Jacqueline Nandes da Silva, Lucas de Luna Paiva, Ian Boullosa Gonzaga, Joyce da Silva Anjos, Patrícia Augusto Gouvea Rocha e Janaina Oliveira dos Santos – ONG Guardiões do Mar.
Sala Educativa 2 – Imersão na Biodiversidade
- Atividade: Exploração da fauna e flora através de imãs.
- Curadoria: Alexia Cristina Tasca Félix Vieira Sousa, Guilherme Silva dos Santos Teixeira, Lorraine Alves Rodrigues, Thomas Borges da Silva, Joyce da Silva Anjos, Patrícia Augusto Gouvea Rocha e ONG Guardiões do Mar.
Sala Educativa 3 – Entre Águas e Culturas
- Atividade: Comparação entre pesca artesanal e industrial.
- Curadoria: Marcelle Amaral da Silva, Raquel Felício de Souza, Tabatha Eleone da Fonseca, Lucca da Silva, Joyce da Silva Anjos, Patrícia Augusto Gouvea Rocha e ONG Guardiões do Mar.
Área de Exposição
- Atividade: Revisitação dos tópicos abordados nas salas educativas; jogo “Quem sou eu?”, tabuleiro humano para crianças; e área instagramável sobre manguezais.
- Curadoria: Franklin Costa Santos Simião, Gabriel Victor Assis da Motta, Sara Nazário Borges, Vitória Milena de Lima Gonçalves, Uri Duarte Longo Ramos, Joyce da Silva Anjos, Patrícia Augusto Gouvea Rocha e ONG Guardiões do Mar.
AquaEduca — Saberes dos Povos do Mar, Juventudes e Comunidades Tradicionais | Rodas de Conversa
- Local: Auditório do AquaRio
- 23 de agosto, às 15h: “Raízes e Rituais: Quilombo e Agroecologia em Diálogo”. Participantes: Juliana Diniz (Articulação de Agrecologia do Rio de Janeiro), Jandira Oliveira (Museu Vivo da Agroecologia), Griô Almirena Raimundo Couto (Quilombo do Feital) e Ana Beatriz Bernardes Nunes (ACQUILERJ – Associação Estadual das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro). Mediação: Karen Loami (Assessora de TBC do Projeto Do Mangue ao Mar)
- 27 de setembro, às 15h: “Cultivando o Futuro: Encontro de Juventude Do Mangue ao Mar”. Participantes: Ecoclubinos (jovens de comunidades tradicionais) da Costa Verde e Guanabara, atendidos pela ONG Guardiões do Mar. Mediação: Andie Maral (Coordenadora de Educação Ambiental do Projeto Do Mangue ao Mar).
- 24 de outubro, às 15h: “Ecos do Mar: O Papel da Mulher na Conservação”. Participantes: Eliude Castro (Projeto Mangue Doce), Valdirene Couto Raimundo (Quilombo do Feital), pescadoras Rita Duarte e Eugenia Maria dos Santos Oliveira. Mediação: Tamiris Queiroz (Assistente de Comunicação Projeto UÇÁ).
- 21 de novembro, às 15h: “Conexões do Mangue: Lideranças Tradicionais de Pescadores e Catadores de Caranguejo da Baía de Guanabara”. Participantes: Rafael dos Santos (ACAMM), Edilene Oliveira (APEMAR), Aucendino Ferreira (Associação Luthando Pela Vida) e Alaildo Malafaia (Cooperativa Manguezal Fluminense). Mediação: Carol Waite (Pesquisadora da ONG Guardiões do Mar).
