Advogado do caso Patrícia Amieiro quer novo julgamento – Povo na Rua
         

Advogado do caso Patrícia Amieiro quer novo julgamento

PATRICIA AMIEIRO

 

Com o surgimento de uma nova testemunha, em setembro do ano passado, o advogado da família da engenheira Patrícia Amieiro, Alexandre Dumans pediu à Justiça do Rio que os policiais militares acusados de matarem a jovem em junho de 2008 sejam submetidos a novo julgamento. Em dezembro de 2019, os PMs foram absolvidos da acusação de homicídio. Dois deles foram condenados apenas pelo crime de fraude processual.

Dumans alega que o depoimento da nova testemunha vai de encontro à versão apresentada pelos militares e, também, por entender que a decisão dos jurados, no júri popular, colidiu frontalmente com as provas apresentadas nos autos.

Os advogados dos policiais militares, Luiz Felipe Alves e Silva e Gilberto Ferreira Pereira, entraram com dois pedidos para que a magistrada reveja sua decisão de incluir o depoimento da testemunha no processo, ambos já negados. Eles argumentam que a inclusão de documentos ao processo foi feita fora da ordem processual, uma vez que o julgamento já ocorreu, o que fere o Código de Processo Penal.

Segundo o Jornal Extra, o homem afirma que, entre 4h e 4h30 da manhã do dia do crime, trafegava no Elevado do Joá, indo para sua casa, na Zona Oeste. Ao entrar na segunda galeria do Elevado, foi ultrapassado por um veículo modelo Palio que passava em altíssima velocidade e, em seguida, escutou diversos disparos de arma de fogo, típicos de fuzil, que atingiram o carro da vítima.

A testemunha relatou que, após os disparos, o veículo colidiu com a mureta de separação da pista e, cerca de 60 metros à frente, bateu frontalmente com uma quina no início do viaduto, levando o veículo a cair à direita do elevado. No depoimento, o homem esclarece ainda que, em seguida, avistou dois PMs de fuzil indo em direção ao veículo, momento em que chegou outra viatura, vindo de São Conrado.

O depoente conta que desceu do carro e passou a observar o caso a uma distância de cerca de 25 metros. Ele presenciou um dos dois policiais puxando um braço para fora do veículo capotado, quando viu uma pulseira e algo preto — que acredita ser um relógio — arrebentar e cair no chão. Em seguida, o PM consegue puxar Patrícia para fora do veículo, momento em que a testemunha identificou que se tratava de uma jovem loira ainda viva, mexendo os braços e tentando limpar o sangue que escorria entre o nariz e a boca. “O policial colocou as duas mãos na cabeça, expressando desespero”, disse a testemunha ao MP.

Os dois PMs que chegaram na segunda viatura passaram a acalmar os dois responsáveis pelo acidente dizendo que resolveriam o problema, motivo pelo qual saiu do local, imaginando que os agentes socorreriam a mulher.