Enterro de dono de bar morto em ataque a tiros na Zona Norte é marcado por protesto
Dor e revolta marcaram a despedida de amigos e familiares a Lucas dos Santos de Sá, 28 anos. Ele foi uma das vítimas do ataque a tiros que terminou com quatro mortos e cinco feridos, em um bar em Turiaçu, na Zona Norte, na madrugada de sábado (31). O enterro do rapaz, sócio do estabelecimento, foi na tarde de domingo (1º), no Cemitério de Irajá, com a presença de mais de 100 pessoas.
Emocionado durante a cerimônia, Diego de Sousa dos Santos, irmão mais velho da vítima, contou que o empreendimento só existia por causa de Lucas. “Ele se entregava por isso. Era nosso salvador. Só aconteceu porque ele deu o nome dele. Está tudo no nome dele. Sem ele, não teríamos conseguido nada. Vínhamos crescendo e conseguindo conquistar coisas maiores. Recentemente compramos uma moto nova para entrega”, revelou o irmão. “Viemos de uma realidade difícil. Morávamos oito em uma casa de dois cômodos. Sempre na dificuldade, mas batalhamos muito”, completou.
Após o ataque, perfis nas redes sociais passaram a especular que as vítimas teriam envolvimento com a facção que atua na comunidade da Congonha. No entanto, Diego ressaltou que Lucas não fazia parte de nenhuma organização criminosa. “Ele não gostava nem de parar perto desses caras [criminosos]. Quem conhece sabe”, destacou.
O irmão ainda afirmou que o assassinato aconteceu de forma covarde, enquanto Lucas tentava socorrer um entregador que estava ferido. “Ele correu para dentro do bar, entrou na câmara fria para se proteger com outros funcionários, mas tentou sair para socorrer um deles que ficou para fora. Nesse momento que ele tentava puxar o rapaz para dentro da câmara, acertaram ele”, explicou o familiar.
Irmão do meio de Lucas, Renan de Sá disse também que perfis falsos compartilham que o rapaz teria envolvimento com uma facção criminosa, o que é negado pela família.
Outras três pessoas também foram baleadas e morreram: Denis da Silva Ventura, de 24 anos; Thiago de Mello Araújo, também de 24; e Alisson Henrique da Silva Lucena, de 41. Todos chegaram sem vida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Rocha Miranda, também na Zona Norte.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Segundo a Polícia Civil, diligências estão em andamento para apurar a autoria e a motivação do crime.