A Cia de Ballet Dalal Achcar inicia a Temporada 2024 levando ao palco do Theatro Municipal de Niterói dois programas – “Macabéa” e “Sem Você” – Povo na Rua
         

A Cia de Ballet Dalal Achcar inicia a Temporada 2024 levando ao palco do Theatro Municipal de Niterói dois programas – “Macabéa” e “Sem Você”

O Theatro Municipal de Niterói vai receber de 28 a 30 de março, com a apresentação do Ministério da Cultura e patrocínio master do Instituto Cultural Vale dois espetáculos. O primeiro será “Macabéa”, da coreógrafa e primeira bailarina do Ballet do Theatro Municipal, Marcia Jaqueline, e “Sem Você”, do coreógrafo e maitre ballet Eric Frederic – todas feitas sob encomenda para a Cia de Ballet Dalal Achcar.

 

Os espetáculos, apresentados pelo Ministério da Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, e produção da Aventura, são compostos por uma cia de ballet extremamente preparada, com 18 excelentes bailarinos e reúne a nata da dança jovem. Montados pela companhia que tem o crivo de excelência de Dalal Achcar, grande dama da dança nacional, “Sem Você”, é do coreógrafo e maitre de ballet Éric Frédéric; e “Macabéa”, inspirado na obra “A hora da estrela”, de Clarice Lispector, é criação da primeira bailarina do Ballet do Theatro Municipal, Márcia Jaqueline, que estreia como coreógrafa do espetáculo.

Focando na parceria com novos coreógrafos, Dalal tem o objetivo de trazer frescor e um ar mais plural para o mercado do ballet no Brasil. Ela ressalta ainda a importância do intercâmbio entre as companhias, muito comum na Europa. “É importante para firmar a força da dança. O coreógrafo precisa ser conhecido além da própria companhia. O processo de criação é uma troca.”, pontua Dalal Achcar, que fala ainda sobre a importância de se apresentar na cidade sorriso. “Niterói é a cidade berço do balé no Rio de Janeiro, capital. A cidade que mais escolas de balé tem no Brasil, é Niterói, que tem uma tradição cultural, com uma imigração de ingleses e estrangeiros. É uma cidade muito importante. O Theatro Municipal de Niterói é uma jóia. E ir para Niterói é um marco para todas as companhias de dança e para a nossa também”, finaliza. .

PROGRAMA

Duração: 75 MINUTOS com intervalo

 

MACABÉA

(Duração: 30 MINUTOS)

Música

Heitor Villa-Lobos

Coreografia

Márcia Jaqueline

Iluminação

Paulo Cesar Medeiros

Figurinos

Maria Osório

 

Em “Macabéa”, Márcia Jaqueline, que atua como coreógrafa em um espetáculo da Cia de Ballet Dalal Achcar pela primeira vez, preferiu contar uma história que já existia nos livros, mas nunca tinha sido traduzida para o ballet. Ao ler a obra de Clarice Lispector, começou a imaginar os passos de dança para caracterizar cada personagem. E na seleção de músicas para o repertório, encontrou identificação imediata com as músicas de Heitor Villa-Lobos. “Queria representar nossa gente e dar destaque à empatia, ao olhar para o próximo. Macabéa é uma nordestina que passa por situações de indiferença na vida”, explica a estreante coreógrafa. Ela se tornou a primeira bailarina do Teatro Municipal em 2007 e, após trilhar uma carreira internacional, ingressou em 2021 na companhia de Dalal Achcar. Foi a própria diretora que lançou o desafio para Márcia começar a “nova profissão”. “Nunca havia cogitado coreografar um espetáculo, mas estou adorando fazer e já tenho vontade de criar novos trabalhos. É gratificante ver o que era uma ideia indo para o corpo dos bailarinos”, revela.

 

Macabéa por Marcia Jaqueline: “A obra de Clarisse Lispector marcou a minha vida e dela tirei a inspiração para realizar o meu primeiro trabalho coreográfico. Através dele quero falar de algo que chama muito a minha atenção em nossa sociedade: A Indiferença.

“Como a nordestina, há milhares de moças espalhadas por cortiços, vagas de cama num quarto, atrás de balcões trabalhando até a estafa. Não notam sequer que são facilmente substituíveis e que tanto existiriam como não existiriam” (Trecho do livro A Hora da Estrela)

Nesse mundo em ritmo acelerado, cheio de informações e tribulações no nosso dia a dia, é um tanto compreensível deixar de notar o outro ao nosso lado e isso acaba nos isolando, nos fazendo mergulhar em um mundo só nosso. E esquecemos que muitos esperam apenas por um Olhar…

E é sobre essa indiferença para com os sentimentos e necessidades do outro que gostaria que esta coreografia nos levasse a refletir e pensar.

“Juro que este livro é feito sem palavras. É uma fotografia muda. Este livro é um silêncio. Este livro é uma pergunta” (Trecho do livro A Hora da Estrela)

 

Márcia Jaqueline

ingressou ao corpo de baile do Theatro Municipal aos 14 anos, e em 2007 foi promovida a Primeira Bailarina, passando a dançar os papéis principais em todos os espetáculos apresentados pela companhia. Devido a sua versatilidade e capacidade artística Márcia recebeu inúmeros convites para dançar nos mais importantes teatros da América Latina como o Teatro Colon (Argentina) Santiago do Chile, Sodre (Uruguay) e Paraguay. Dançou também como convidada em importantes Galas como Festival de Miami e Gala das Estrelas em Creta.

Ao longo de sua carreira, teve a honra de estudar e trabalhar com grandes personalidades da dança nacional e internacional como: Márcia Haydée, Richard Cragun, Natalia Makarova, Peter Wright, Vladimir Vassiliev, Elisabeth Platel, Jean-Yves Lormeau, Eugenia Feodorova, Tatiana Leskova, Bertha Rosanova, Dalal Achcar, Glen Tetley, Luigi Bonino, Desmond Kelly, Ana Botafogo, Cecília Kerche, Aurea Hammerli, entre outros.

Em 2017 Marcia se muda para Áustria e passa a integrar o Ballet Landestheater de Salzburg a convite do atual diretor Reginaldo Oliveira. Em 2019 ela passa a fazer parte do seleto grupo de Embaixadores da prestigiosa marca russa de sapatilhas Grishko. No mesmo ano realiza uma turnê pela Europa como convidada para o evento Live Magazine, dançando em Paris, Amsterdã e Arles. Desde

Marcia retornou ao Brasil em 2021 retomando seu posto junto ao Theatro Municipal. Ainda em 2021 a convite da coreografa e diretora Dalal Achcar atua como bailarina e professora convidada junto a Cia de Ballet Dalal Achcar onde cria para a companhia sua primeira coreografia.

Os figurinos de “Macabéa” foram criados pela bailarina Maria Osório, também professora de ballet clássico, que faz parte da Companhia de Ballet Dalal Achcar. Formada em Design de Moda pela PUC-Rio, ela estreia como figurinista do espetáculo, trazendo uma mistura de cores urbanas, como preto e branco, em contraste com o vermelho vibrante e as estampas exclusivas da marca Annavic.

Maria Osorio é bailarina profissional e professora de ballet clássico formada pela Escola de Ballet Dalal Achcar. Faz parte da Companhia de Ballet Dalal Achcar, dirigida por Dalal Achcar e Mariza Estrella. Participou de diversos espetáculos com a Companhia, dançando coreografias de diversos coreógrafos como: Éric Fréderic, Ivonice Satie, Alex Neoral, Dalal Achcar, Janice Botelho, Marcia Jaqueline, entre outros.

Além de bailarina, também é formada em Design de Moda pela PUC-Rio. Trabalhou na direção criativa da marca AnnaVic por Toia Lemann.

No ano passado fez a sua estreia como figurinista no ballet Macabéa, com música de Villa-Lobos e coreografia de Marcia Jaqueline. O figurino traz uma mistura de cores urbanas, como preto e branco, em contraste com o vermelho vibrante e as estampas exclusivas Annavic. A ideia foi revisitar a obra de Clarice Lispector com uma linguagem contemporânea.