O delegado Adriano França, titular da Delegacia da Criança Adolescente Vítima (Dcav), abriu um inquérito para apurar supostas agressões praticadas pelo médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), contra o filho de uma de suas ex-namoradas, Debora de Mello Saraiva. À especializada foi encaminhado o depoimento prestado pela estudante, na 16ª DP (Barra da Tijuca), na qual ela relatou que o menino, à época com 3 anos, sofreu ao menos duas sessões de tortura por parte do parlamentar e, em uma ocasião, voltou com o fêmur quebrado ao sair sozinho com ele.
Após negar ter sido vítima de violência de Jairinho, em 22 de março, Debora voltou atrás nas declarações dadas ao delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP, e, em novo depoimento, na última sexta-feira, dia 16, falou sobre as agressões – foram tantas, segundo a moça, que ela nem sequer é “capaz de contabilizar”. A estudante contou também que, segundo narrou seu filho, atualmente com 8 anos, em 2015, quando ela estava dormindo, o vereador colocou na boca dele um papel e um pano e disse que ele não poderia engolir. Jairinho teria deitado a criança no sofá da sala, ficado em pé no sofá e apoiado todo o peso do seu corpo nele.
O filho de Debora diz ter conseguido correr e tentado acorda-la, no quarto, mas ela acredita estar dopada. O vereador teria ido atrás do menino, o levado para o estacionamento, colocado um saco plástico em sua cabeça e dado voltas com ele no carro. A mãe da estudante disse ter visto um pó branco na taça que ela havia bebido água e refrigerante na noite anterior.
Em outro episódio, Jairinho teria levado o filho de Debora sozinho a uma casa de festas. “Deixa eu levar ele. Porque a Ana (Carolina, sua ex-mulher) não deixa eu levar o meu filho, não deixa eu ver o meu filho. Deixa eu levar o seu, eu que cuido, eu que sou o pai. Só quero leva-lo para se divertir”, teria dito o parlamentar. Pouco tempo depois, ele ligou dizendo que o menino havia torcido o joelho. Levada a uma clínica particular na Barra, foi diagnosticada uma fratura do fêmur. Ela diz ter estranhado o fato de o menino não ter chorado em nenhum momento, mesmo diante de uma lesão grave.
Esse será o segundo inquérito aberto na DCAV no qual Jairinho é autor de supostas agressões a filhos de ex-namoradas. Outro procedimento apura as informações prestadas por uma cabeleireira, também na 16ª DP, na investigação sobre a morte de Henry Borel Medeiros, de 4 anos. Na delegacia, ela disse que sua filha, de 3 anos à época do relacionamento, ficava nervosa, chorava e até vomitava ao ver Jairinho. A criança contou ter sido agredida por ele e até ter tido a cabeça afundada por ele embaixo da água de uma piscina.