Polícia Civil recebe denúncias de fraude na vacinação contra a Covid em 14 unidades de saúde – Povo na Rua
         

Polícia Civil recebe denúncias de fraude na vacinação contra a Covid em 14 unidades de saúde

Desde que a vacinação contra a Covid-19 começou no estado do Rio, há cerca de 1 mês e meio, a Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro recebeu denúncias de fraude na vacinação contra a Covid-19 em 14 unidades de saúde, entre municipais e estaduais.

Pelo menos 16 pessoas já foram ouvidas em duas investigações: uma envolvendo funcionários de uma concessionária que trabalha nos cemitérios do Rio e outra sobre as vacinas em um hospital em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

Entre os crimes investigados, estão: peculato (envolvimento de agentes públicos no desvio das vacinas), infração de medida sanitária, por descumprir regras de vacinação durante a pandemia, além de falsidade ideológica.

Em Niterói, o caso no Hospital Estadual Azevedo Lima chamou primeiramente a atenção pela vacinação de uma jovem de 20 anos e outro de 16 contra a Covid-19 juntamente com funcionários. Ambos são filhos de uma funcionária da unidade e, segundo a polícia, enteados de outro diretor técnico. Os dois foram afastados após o caso ser revelado.

Porém, a Polícia Civil investiga o que aconteceu para que, entre 1,2 mil vacinados na unidade, houvesse “fura-filas” fora dos grupos prioritários.

“A delegacia está investigando quem autorizou a passar as doses para o pessoal do setor administrativo”, afirmou o delegado titular da Delegacia, Thales Nogueira.

No final de fevereiro, mesmo após a operação, a Secretaria de Saúde renovou um contrato de R$ 153 milhões para a gestão do Hospital Azevedo Lima pela Organização Social Instituto Sócrates Guanaes. A minuta do contrato, uma espécie de rascunho, foi feita horas após a operação contra a OS.

Na unidade, foram encontradas 26 irregularidades, segundo documento da SES. Entre elas, estão:

  • aparelho de raio-x inoperante
  • déficit de cadeira de rodas
  • funcionários sem crachá
  • estoque de alimentos não refrigerado
  • ponto biométrico inoperante
  • macas e equipamentos enferrujados nas salas amarela e vermelha
  • camas e suportes para medicação com problemas no CTI adulto
  • aparelho de endoscopia em manutenção
  • duas salas inoperantes no centro cirúrgico
  • ultrassom da UTI neonatal em manutenção
  • alojamento de funcionários com problemas
  • infiltrações